CNMP vai julgar carona de jatinho a chefe do MPMG em sessão fechada
Processo no CNMP será julgado sem transmissão em razão de sigilo imposto por corregedor, que quer arquivamento de investigação
atualizado
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São Paulo – A portas fechadas e sem transmissão de sua TV institucional, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vai julgar o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior, em razão da proximidade com um empresário do ramo de mineração que responde a ações penais e de improbidade.
O julgamento acontecerá na próxima sessão, no dia 14 de novembro. Na hora de decidir, o plenário será esvaziado, não haverá transmissão, e os conselheiros vão votar. Consolidado o resultado, o caso se tornará público.
A investigação foi aberta após a revista Piauí mostrar que o chefe do MP de Minas Gerais ganhou uma carona do empresário Lucas Kallas, do setor de mineração, de Miami a Belo Horizonte.
O empresário foi acusado pelo MPF em ações penais por tráfico de influência e corrupção, além de ações de improbidade – em parte dos casos, foi absolvido. Uma de suas empresas chegou a firmar acordo com o MP por desmatamento ilegal em área de mineração.
Defesa em sessão do CNMP
Em uma sessão do CNMP, Jarbas saiu em defesa do empresário e disse que é um “amigo” que tem “na mais alta conta”, e não um “bandido”.
O corregedor nacional do CNMP, Osvaldo D’Albuquerque, que vem da carreira do MP e foi procurador-geral de Justiça do Acre, determinou o arquivamento do caso. Ele também impôs sigilo sobre o caso.
Há, no entanto, um recurso movido por promotores e procuradores de Justiça de Minas Gerais, que haviam denunciado o caso ao Conselho. Até mesmo um ex-procurador-geral de Justiça mineiro pediu a investigação.
O recurso está sob relatoria do conselheiro Daniel Cárnio, juiz de São Paulo indicado em vaga do Superior Tribunal de Justiça (STJ).