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“Clodovil sofreu bullying e fake news”, diz ator que o interpreta

Ator e amigo de Clodovil, Eduardo Martini o interpreta na peça de teatro Clô, Pra Sempre, que está em cartaz em SP e irá para o Rio

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Claudia Martini/ Divulgação
Ator Eduardo Martini interpretando Clodovil Hernandes
1 de 1 Ator Eduardo Martini interpretando Clodovil Hernandes - Foto: Claudia Martini/ Divulgação

São Paulo — Eduardo Martini foi eleito melhor ator pelo Prêmio Bibi Ferreira, no ano passado, por sua atuação em “Simplesmente Clô”. Agora, ele está novamente nos palcos interpretando seu amigo Clodovil Hernandes na peça”Clô, Pra Sempre”. O texto atual é “mais íntimo e verdadeiro”, segundo Martini, e mostra que o estilista e ex-deputado federal foi vítima de “bullying e fake news“.

O artista afirma que um colunista chegou a publicar que Clodovil estava com Aids, o que era falso. “Ele foi uma das primeiras pessoas a sofrer bullying e uma fake news muito séria. A mídia toda perseguiu ele. Ele perdeu contratos”, diz Martini. “A peça mostra o quanto ele era polêmico e o quanto as pessoas se aproveitavam disso para serem ruins com ele”, completa.

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Eduardo Martini interpreta Clodovil em monólogo com texto de Rafael Gama
Segundo Martini, Clodovil começou a ser perseguido pelos "programas de deboche"
Eduardo Martini em Simplesmente Clô
que lhe rendeu o Prêmio Bibi Ferreira 
como Melhor ator em 2022
Clodovil, em 2006, na Assembleia Legislativa de São Paulo
Clodovil em Brasília após ser eleito deputado federal, em 2009
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Eduardo Martini conta a história do estilista Clodovil Hernandes

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Eduardo Martini interpreta Clodovil em monólogo com texto de Rafael Gama

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Segundo Martini, Clodovil começou a ser perseguido pelos "programas de deboche"

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Eduardo Martini em Simplesmente Clô que lhe rendeu o Prêmio Bibi Ferreira como Melhor ator em 2022

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Clodovil, em 2006, na Assembleia Legislativa de São Paulo

Divulgação/ Assembleia Legislativa de SP
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Clodovil em Brasília após ser eleito deputado federal, em 2009

José Cruz/ Agência Brasil

“Clô, Pra Sempre” está em cartaz até o dia 29 de julho, no Teatro União Cultural, na capital paulista. Na próxima quinta-feira (4/5), o espetáculo estreia no Teatro Glaucio Gill, no Rio de Janeiro.

“É um texto mais forte, mais interrogativo sobre a vida dele, os amores e os abusos que ele sofreu quando era criança. É a mesma história, mas muito mais contundente. Tinha uma parte mais íntima da história dele, mais verdadeira no sentido do que ele falou, que ainda precisava ser contada”, diz Martini sobre o roteiro assinado por Rafael Gama.

Segundo o artista, o público sai do espetáculo tendo mais empatia por Clodovil. “Ele não era essa pessoa que ele passou a ser, um pouco agressiva. Acho que ele foi envelhecendo, foi uma mistura de revolta com ‘aqui é o meu lugar, aqui ninguém pisa’. Talvez, por estar perdendo espaço, ele foi atacando as pessoas daquela maneira. Ele não conseguia mentir”, diz o ator.

Amigo de longa data do estilista, Martini conviveu com um Clodovil que não foi tão conhecido pela opinião pública. “O Clô tinha uma docilidade, por incrível que pareça, que era enorme. Comigo sempre foi um gentleman, engraçado, divertido. Ele, na verdade, tinha uma coisa muito doce comigo. Uma vez ele saiu de Ubatuba (no litoral paulista), veio me ver em um espetáculo e pintou um quadro para mim, uma aquarela”.

Assim como a amizade era antiga, às críticas enfrentadas pelo estilista e apresentador de TV também iniciaram há muito tempo. “Os julgamentos sobre o Clodovil começaram naqueles programas de deboche, que avacalham as pessoas. Ele foi um dos primeiros a sofrer esse tipo de bullying e ninguém falava. Ao mesmo tempo, como ele era uma pessoa polêmica, as pessoas se achavam no direito de julgá-lo”, afirma Martini.

Apesar da relação fraterna que os dois tinham, Martini nega o papel de protetor da história de Clodovil: “Tem coisas que eu me identifico. Claro que tem coisas que não. Mas eu o interpreto sem defender e nem acusar”.

Mesmo sem a pretensão de proteger o legado do amigo, o ator afirma que a plateia acaba criando uma conexão com o estilista. “Clô foi muito julgado, mas é impressionante como que 14 anos depois que ele faleceu as coisas que ele falava são tão relevantes ainda. Então, as pessoas aplaudem o que ele falava em relação à família e à política”, diz o intérprete.

De acordo com Martini, as controvérsias rondam até hoje o nome de Clodovil e o estilista, que era homossexual, ainda é vítima de “preconceito e hipocrisia” da própria comunidade LGBTQIA+.

“Pouquíssimos sites gays publicaram que eu estava fazendo a peça, porque eram contra as coisas que ele falava dos gays. Agora, se você vive numa democracia, você tem direito de pensar da maneira que você quiser. Os críticos de publicações e prêmios também não foram ver o espetáculo”, afirma o ator.

Serviço

  • Clô, Pra Sempre: Aos sábados, às 18h. Já está em cartaz e segue até 29/7, no Teatro União Cultural, em São Paulo. Ingressos a partir de R$ 40,00.

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