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Clínica de reabilitação em que paciente morreu era clandestina

Prefeitura de Cotia disse ter interditado local. Familiares estão removendo pacientes que estavam internados

atualizado

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Reprodução/Arquivo Pessoal
Duas fotos coloridas. Esquerda homem semi nu amarrado em cadeira. Outro lado torso com hematomas - Metrópoles
1 de 1 Duas fotos coloridas. Esquerda homem semi nu amarrado em cadeira. Outro lado torso com hematomas - Metrópoles - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

São Paulo — A clínica de reabilitação onde um paciente morreu após ser espancado e torturado em Cotia, no interior de São Paulo, funcionava de maneira clandestina e sem qualquer tipo de autorização, de acordo com a Prefeitura da cidade. O local foi interditado.

O dependente químico Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, havia sido internado três dias antes de morrer. Um monitor terapêutico foi preso em flagrante após a polícia ter acesso a um vídeo feito pelo próprio indiciado, em que a vítima está amarrada a uma cadeira. Ele também gravou um áudio em que afirma ter espancado Jarmo até a mão doer.

Em nota, a Prefeitura de Cotia afirma ter identificado sinais de maus tratos em outros pacientes da clínica. A gestão municipal está acompanhando a retirada dos pacientes que permaneciam internados.

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Paciente foi amarrado em cadeira semi nu
Vitima ficou com hematomas na cabeça
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Paciente foi amarrado em cadeira semi nu

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Vitima ficou com hematomas na cabeça

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“Foi dado início ao trabalho de profilaxia, além da avaliação dos internos para verificar se precisam de atendimento”, afirma a prefeitura na nota. “Paralelamente, uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento faz uma intervenção no local e iniciou o contato com as famílias dos internados para que eles sejam retirados do espaço”, complementa.

Prisão

O monitor terapêutico preso é Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos. De acordo com o delegado de Cotia, Adair Marques, o vídeo e o áudio em que ele aparece zombando da vítima foram fundamentais para tipificação do crime.

“O áudio foi um dos indicativos [para a prisão], mostrando que ele [Matheus] realmente torturou o rapaz, bateu muito nele. Que a intenção era lesionar mesmo, enfim”, afirmou Adair Marques, delegado de Cotia.

O enfermeiro Cleber Fabiano da Silva, 48, é investigado pelo suposto envolvimento no espancamento, da mesma forma que outros funcionários da Comunidade Terapêutica Efatá.

A defesa dele, da clínica e de Matheus não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestações.

Ouça áudio:

 

Interno como monitor

Cleber Fabiano da Silva disse que quatro pacientes trabalhavam também como colaboradores no local.

A declaração do enfermeiro foi dada ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes. Segundo ele, que também é conhecido como pastor Cleber, a clínica conta com 23 pacientes, sendo que Matheus era um dos quatro que trabalhava no local para ajudar a pagar a própria estadia.

O responsável técnico afirmou que a mensalidade custa entre R$ 1.000 e R$ 1.100.

Espancamento e morte

O delegado Adair Marques afirmou, nessa terça-feira (9/7), ao Metrópoles que a vítima foi espancada e, após passar mal, encaminhada para o Pronto Socorro de Vargem Grande Paulista, onde morreu.

O delegado afirmou que Jarmo deu entrada na clínica na noite de sexta-feira (5), quando profissionais do local foram buscá-lo em casa.

Familiares acionaram a instituição alegando que Jarmo “estava surtado” na residência onde mora com a mãe, uma idosa. A agressividade ocorria por causa da dependência química do homem. Essa foi a última ocasião em que a família viu a vítima com vida.

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