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“Cinquentão de Uber”: greve aumenta procura por carros de aplicativo

Com ônibus lotados e metrô e trens operando parcialmente na capital, muitos paulistanos precisaram recorrer a motoristas de aplicativo

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foto colorida de mulher com criança no colo tentando pegar carro de aplicativo em saguão da Estação Barra Funda em dia de greve - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de mulher com criança no colo tentando pegar carro de aplicativo em saguão da Estação Barra Funda em dia de greve - Metrópoles - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo — Diante da paralisação que atinge o Metrô e os trens da CPTM em São Paulo, trabalhadores buscam rotas alternativas para chegar ao serviço nesta terça-feira (28/11). Apesar do funcionamento parcial de algumas linhas e do reforço da frota de ônibus, muitos passageiros optaram por aplicativos de corrida para chegar a tempo, já que os ônibus estavam lotados e com longas filas.

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Passageiros tentam pegar carro de aplicativo em saguão da Estação Barra Funda em dia de greve
Mulher com criança no colo tenta pegar carro de aplicativo em saguão da Estação Barra Funda em dia de greve
Mulher com criança no colo tenta pegar carro de aplicativo em saguão da Estação Barra Funda em dia de greve
Ponto de táxi lotado na estação Itaquera em dia de greve do Metrô e da CPTM
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Francinete Silva dos Santos tinha uma consulta com o filho no Hospital das Clínicas. Por causa da greve, decidiu voltar para a casa com a criança; ela tentou pegar Uber na estação Jabaquara, mas estava muito caro

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Passageiros tentam pegar carro de aplicativo em saguão da Estação Barra Funda em dia de greve

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Mulher com criança no colo tenta pegar carro de aplicativo em saguão da Estação Barra Funda em dia de greve

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Ponto de táxi lotado na estação Itaquera em dia de greve do Metrô e da CPTM

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No Terminal Rodoviário da Barra Funda, o aumento na procura impactou o preço das viagens e o tempo de espera. Motoristas de aplicativo fizeram fila em frente à plataforma que dá acesso aos ônibus intermunicipais, oferecendo corridas por fora, a um preço combinado. Uma viagem para a Avenida Paulista, por exemplo, chegou a ser negociada a R$ 80 de Uber Bag, categoria com espaço para bagagens.

Taxistas aglomerados em frente ao terminal estimam que a mesma viagem, até a Avenida Paulista, sairia por R$ 50 no taxímetro. O valor, segundo eles, não é muito acima do habitual.

O policial militar Henrique Ribaldo, de 28 anos, desembarcou no terminal rodoviário por volta das 6h, vindo de São José do Rio Preto. Normalmente, ele usaria a linha 3-Vermelha, faria baldeação para a linha-1 Azul e iria rumo à zona norte. Com a paralisação, ele decidiu pedir uma corrida de aplicativo. O dinheiro, diz ele, sairá do próprio bolso.

“É o jeito. Se não for assim, não vou chegar. Cinquentão de Uber. Quem paga sou eu”, diz ele.

Ressarcimento

A dupla de pedreiros João Ricardo Oliveira, de 28 anos, e Aguinaldo Silva, de 62, chegou à Estação Barra Funda usando a Linha 7-Rubi, da CPTM, que opera parcialmente. Em dias comuns, eles fazem a baldeação para a linha-3 Vermelha, que também tem funcionamento parcial, e seguem rumo ao trabalho em Aricanduva, na zona leste.

Sem outra alternativa, eles tentavam conseguir um motorista de aplicativo, sem saber se a empresa vai ressarcir o valor da corrida.

“Aqui tá dando R$ 64, vamos dividir eu e ele. Como ia fazer? Não tinha jeito. Depois vamos pedir para pagarem pelo menos esse valor, porque senão não tem condições. Era melhor não ir hoje, essa é a minha opinião”, diz Aguinaldo.

Na estação da Luz, os aplicativos de corrida foram usados por passageiros que precisam chegar à zona norte passando pela Linha 1-Azul, que está sem funcionar entre Tiradentes e Santana.

Luciana Santos, de 20 anos, chegou à Luz usando a Linha 4-Amarela, administrada por uma empresa privada, que opera normalmente. “Eu achei melhor já pedir o 99 daqui, porque, senão, eu ia ter que ir até Tiradentes e, de lá, pedir do mesmo jeito. Então daqui já fica mais fácil”, diz ela.

Apesar do aumento na procura em frente a algumas estações, motoristas de aplicativo dizem que “o movimento está fraco” nesta terça-feira.

“Sinceramente, hoje não está valendo a pena”, diz o motorista de aplicativo Manoel Ferreira, de 58 anos. “Eu achei que ia estar melhor. O movimento está muito fraco, mais fraco que o normal.”

“A verdade é a seguinte: com essa história de greve, as pessoas acabam se preparando, ou fazem home office, ou ficam em casa, sei lá. Domingo mesmo, que tinha show, estava valendo muito mais a pena rodar”, completa ele.

Consulta médica perdida

Na zona sul, a situação não foi diferente. A manicure Francinete Silva dos Santos tinha uma consulta marcada para o filho às 8h, no Hospital das Clínicas. Sem conseguir pegar o Metrô, ela cogitou fazer o trajeto de Uber, a partir da estação Jabaquara, mas desistiu da ideia ao ver o preço: a corrida, de 12 km, saiu por R$ 96 na primeira estimativa do aplicativo.

“A hora que eu olhei estava R$ 96. Eu dei uma voltinha, baixou para R$ 56. Agora está R$ 65. Não dá para a gente”, diz Francinete.

Ela conta que a família precisa ir ao hospital semanalmente para o acompanhamento médico do bebê Jesus Gabriel, que tem hidrocefalia. “A gente vai ter que remarcar para voltar com ele”, afirma a mãe, que chegou a perguntar para policiais o caminho de ônibus, mas não sentiu confiança nas explicações.

“Cada um dá uma informação diferente. A outra vez a gente se perdeu com tanta informação errada”, diz Francinete.

Situação da greve

Mesmo com decisão judicial que garantia efetivo mínimo de metroviários e ferroviários durante a greve convocada por essas categorias, a terça-feira (28/11) amanheceu com pelo menos uma linha do Metrô e uma da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) totalmente fechadas em São Paulo.

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Acesso à CPTM na estação Itaquera em dia de greve em SP
Fila de passageiros à espera de ônibus no entorno da estação Itaquera do Metrô em dia de greve em SP
Placa na estação Barra Funda do metrô alerta para paralisação dos metroviários
Sindicalistas protestam na estação Barra Funda em dia de greve em SP; acesso ao metrô está fechado
Acesso fechado à estação Jabaquara do Metrô em dia de greve em SP
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Portão de acesso à linha 3 vermelha fechado na Estação Itaquera do Metrô em dia de greve em SP

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Acesso à CPTM na estação Itaquera em dia de greve em SP

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Fila de passageiros à espera de ônibus no entorno da estação Itaquera do Metrô em dia de greve em SP

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Placa na estação Barra Funda do metrô alerta para paralisação dos metroviários

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Sindicalistas protestam na estação Barra Funda em dia de greve em SP; acesso ao metrô está fechado

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Acesso fechado à estação Jabaquara do Metrô em dia de greve em SP

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Movimento de passageiros em frente à estação Jabaquara, fechada em dia de greve em SP

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Acesso fechado à estação Jabaquara do Metrô em dia de greve em SP

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Ponto de táxi lotado na estação Itaquera em dia de greve do Metrô e da CPTM

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Funcionamento parcial da CPTM na estação Barra Funda em dia de greve em SP

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Ponto de ônibus lotado no entorno da estação Jabaquara em dia de greve em SP

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Ponto de ônibus lotado no entorno da estação Jabaquara em dia de greve em SP

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Veja a situação neste momento:

Metrô
• Linha 1- Azul: funcionando de Tiradentes até Ana Rosa
• Linha 2- Verde: Ipiranga até Clínicas
• Linha 3-Vermelha: Bresser até Santa Cecília
• Linha 15- Prata: fechada

CPTM
• Linha 7- Rubi: funcionando de Luz a Caieiras com intervalo de 8 minutos
• Linha 10- Turquesa: fechada
• Linha 11-Coral: Luz até Guaianases com intervalo de 6 minutos
• Linha 12- Safira: funcionamento integral com intervalo de 8 minutos
• Linha 13- Jade: funcionamento integral com intervalo de 30 minutos

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