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Cidade de SP chega a 105 casos de coqueluche e prefeitura emite alerta

Número de casos de coqueluche é o maior desde 2017, quando cidade teve121 registros da doença

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São Paulo – A cidade de São Paulo tem 105 casos de coqueluche confirmados. O número é 7,5 vezes maior que o total de registros de 2023, quando a capital paulista teve 14 diagnósticos para a doença, e é o maior desde 2017, quando foram confirmados 121 casos.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que entre o início de janeiro e o dia 5 de junho a cidade teve 15 surtos notificados, sendo 11 deles em escolas e 4 em domicílios. Um surto acontece quando dois ou mais casos são confirmados na mesma casa ou instituição.

O crescimento de registros de coqueluche fez com que a Prefeitura emitisse um alerta aos serviços de saúde, na última quinta-feira (6/6), sobre a importância da detecção da doença, o fortalecimento de ações de investigação e a necessidade de medidas de prevenção e controle na cidade.

Publicado na página da Secretaria de Saúde, o alerta contém informações sobre o tema, além de recomendações, como o afastamento das pessoas infectadas de escolas e locais de trabalho.

A coqueluche é uma doença provocada pela bactéria Bordetella pertussis e é considerada altamente transmissível. A infecção atinge o aparelho respiratório e tem como principal sintoma a tosse seca.

A transmissão se dá pelas gotículas de secreções eliminadas pela fala, tosse e espirro. Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa com coqueluche pode infectar de 12 a 17 outras.

O risco principal, no entanto, é para os bebês de até seis meses, como explica Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Embora a coqueluche infecte muita gente, em todas as idades, é nos pequenininhos, no primeiro semestre de vida, que está a faixa etária com maior risco de hospitalização e morte porque [os bebês] não receberam as vacinas ainda”, afirma.

A vacina contra a coqueluche é disponibilizada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas (veja mais abaixo).

Até fevereiro deste ano, data da última atualização da Prefeitura, a cobertura da pentavalente, que protege contra a coqueluche e outras quatro doenças, estava em 93,85%. O Ministério da Saúde recomenda que 95% do público-alvo seja imunizado.

Kfouri afirma que a coqueluche costuma apresentar “ciclos”, tendo picos de transmissão de tempos em tempos, e lembra que o cenário atual é de crescimento de casos em vários locais do mundo, como Europa e Estados Unidos.

“Esse aumento global de coqueluche cria uma perspectiva de que talvez a gente possa ter um aumento além do esperado do número de casos que a gente costuma ter também”, afirma o médico.

Para ele, no entanto, os números paulistanos ainda não são extremamente preocupantes, já que voltam aos dados vistos pré-pandemia.

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, diz que o momento atual é de “alerta” e deve colocar os profissionais de saúde em atenção para suspeitar de casos suspeitos que chegam aos consultórios.

“É um alerta não só para a população, mas para nós médicos no sentido da gente ficar mais atento à possibilidade do diagnóstico e pedir o exame correto. Muitas vezes a gente acaba não fazendo o diagnóstico porque as pessoas pensam pouco na possibilidade de coqueluche”, afirma a médica, que conta ter diagnosticado dois pacientes com a doença recentemente.

Richtmann diz ainda que a população mais velha também deve reforçar a imunização contra a coqueluche, já que a vacina deve ser tomada de 10 em 10 anos.

“A vacina sim, funciona, só que ela não é pra sempre. Então, a gente precisa fazer essa repetição”, afirma.

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Vacinação na cidade

As vacinas contra a coqueluche estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, de segunda a sexta, das 7h às 19h, e aos sábados nas AMAs/UBSs Integradas, no mesmo horário.

A Secretaria Municipal de Saúde recomenda que as vacinas penta – vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenza e tipo b (conjugada) – e tríplice bacteriana (DTP) sejam  aplicadas em crianças, mesmo quando os responsáveis refiram história da doença.

A vacina penta é indicada em 3 doses, para crianças menores de 1 ano de idade. As doses são aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade, com duas doses de reforços com a vacina DTP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Para gestantes, segundo a pasta, é indicada a vacina acelular do tipo adulto (dTpa), devendo ser administrada a cada gestação, a partir da 20ª semana de gestação. Profissionais de saúde podem receber a vacina acelular dTpa.

A Secretaria Municipal da Saúde afirma que alerta emitido pela pasta tem o objetivo de atualizar o cenário epidemiológico da doença e, “sensibilizar os profissionais em relação aos sintomas respiratórios com tosse persistentes por mais de 14 dias, principalmente, nessa nos períodos de frio onde há maior risco de transmissão de doenças respiratórias”.

“A coqueluche não é erradicada, portanto tem sua circulação no país, o que reforça a importância de se manter a vacinação atualizada. O tratamento é feito com antibióticos e está disponível nos serviços de saúde da cidade”, diz o texto, que também afirma que a imunização é a principal forma de prevenção contra a infecção.

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