Ciclovia no breu faz ciclista atropelar capivara e parar em ambulância
Ciclista atropelou capivara em trecho com postes apagados na Ciclovia do Rio Pinheiros, sofreu ferimentos e foi levado ao PS em ambulância
atualizado
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São Paulo — Um ciclista atropelou uma capivara na noite dessa segunda-feira (15/7), na Ciclovia do Rio Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, e foi socorrido com ferimentos na cabeça, pernas e mãos. O acidente aconteceu em um trecho onde os postes de iluminação estavam apagados.
O produtor técnico de eventos Felipe Lenine Dias Bueno, 44 anos, circulava com um grupo de cinco amigos pela Ciclovia do Rio Pinheiros, por volta das 20h30, no trecho entre a Ponte da Cidade Universitária e o Parque Villa-Lobos. Embora o local tenha postes de iluminação, a luzes estavam apagadas e o ciclista atingiu em cheio uma capivara que surgiu no caminho. A ciclovia foi concedida pelo governo estadual à empresa Farah Service.
“O rapaz que estava na minha frente conseguiu desviar um pouco, mas eu bati no meio dela”, afirmou. “Foi um animal grande, devia ter pelo menos uns 40 kg, 50 kg. Tanto que a minha turma, bem como o segurança, foram conferir a capivara e ela aparentava estar bem”, diz.
O segurança da ciclovia chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que levou Bueno até o Pronto-Socorro da Lapa, onde recebeu atendimento. Ele permaneceu consciente durante o procedimento e, nesta terça (16/7), ainda sentia dores em uma das mãos. “Bati a roda da frente e fui ejetado para cima e para frente”, disse.
Segundo Bueno, a iluminação das próprias bikes não foi suficiente para detectar a capivara, que surgiu rapidamente à frente.
A bicicleta do produtor de eventos ficou danificada e ele afirmou que o acidente poderia ter sido ainda pior. “Se o pessoal que estivesse atrás não tivesse parado a tempo, poderia tirar minha vida ou me deixar com sequelas graves”, afirmou.
Bueno ressaltou que a culpa pelo acidente não é das capivaras, que estão inclusive acostumadas à presença de ciclistas no local.
“As capivaras estão lá, é o habitat delas. Não vou culpar. Por si só, não oferecem perigo. O que oferece perigo são as condições para a ocorrência de um acidente”.
O produtor de eventos disse que já notou falhas na iluminação da ciclovia em outras oportunidades, quando longos trechos ficaram sem luz nos postes durante muito tempo. “A gente vai para a ciclovia para fugir das ruas, para não disputar espaço com carros. É um lugar onde você deveria estar seguro”, afirmou.
A reportagem do Metrópoles foi até a Ciclovia do Rio Pinheiros e encontrou um trecho de aproximadamente 1,3 km com nenhuma iluminação, que começa um pouco depois da Ponte Cidade Universitária e termina chegando no Parque Villa-Lobos.
Existem outros trechos da ciclovia, de cerca de 100 ou 200 metros, que também estão sem nenhuma iluminação, entre a Cidade Universitária e o Parque do Povo, que fica um pouco depois da estação Cidade Jardim da CPTM.
O que dizem os responsáveis
Responsável pela ciclovia, a concessionária Farah Service afirma que o local não se encontra sem iluminação em sua total extensão, mas “apenas em alguns trechos que foram impactados pelas obras dos gabiões nas margens do rio”. Os gabiões são estruturas que contém as margens do Rio Pinheiros.
“A iluminação é afetada periodicamente também devido a furto de cabos fora da ciclovia, na marginal, que alimentam o local. Lidamos também com problemas gerados pelas capivaras que cutucam ou roem os fios, desconectando alguns pontos”, afirma, em nota.
Segundo a Farah Service, os reparos têm sido feitos periodicamente desde março, mas os problemas acabam se repetindo pelas razões já citadas.
A concessionária diz também que os trechos sem iluminação não ficam “em total escuridão”. “É recomendado redobrar a atenção nesses trechos. Há visibilidade suficiente para que o ciclista consiga detectar um animal na pista, desde que seja respeitado o limite máximo de velocidade permitido de 20km/h e há sinalização na ciclovia alertando para a presença dos animais”, afirma.
Questionada sobre dicas de segurança para ciclistas, a Farah Service afirma que instalar luzes dianteiras (lanterna dianteira) e traseiras (pisca traseiro) em sua bicicleta, tornando-se mais visível para outros ciclistas e veículos também é importante. “Opte por luzes de qualidade, com diferentes modos de iluminação e potência suficiente para guiar o caminho em áreas pouco iluminadas”, diz.
Sobre o acidente ocorrido nessa segunda, a concessionária diz que o ciclista foi prontamente atendido.