Chileno do “novo cangaço” que usou reféns como escudo é preso em SP
Estrangeiro e mais três criminosos que integram quadrilha especializada em assaltos a banco e empresas foram detidos nessa quinta-feira
atualizado
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São Paulo – Um homem chileno de 43 anos foi preso nessa quinta-feira (19/10), em Sorocaba, interior de São Paulo, sob a suspeita de integrar uma quadrilha especializada em assaltar bancos e empresas de transporte de valores.
Segundo a Delegacia Seccional de Sorocaba, o bando é conhecido por agir violentamente, com ações semelhantes ao chamado “novo cangaço“, caracterizadas pelo uso de armamento de grosso calibre e na feitura de reféns.
Eles teriam participado, segundo a Polícia Civil, dos ataques à cidade de Araçatuba, no interior paulista, em 2021. Na ocasião, reféns foram usados como escudo pelos criminosos.
O criminoso, que não teve o nome divulgado, foi preso por meio de um mandado de prisão, de um total de quatro. Os documentos, todos cumpridos, foram expedidos pelas Justiças de Santa Catarina e do Paraná. As localidades das outras três prisões não foram informadas.
Além dos roubos, realizados em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, a polícia informou que os detidos são suspeitos também de envolvimento em homicídios.
Ataque em Araçatuba
A madrugada de 30 de agosto de 2021 foi uma das mais violentas da história de Araçatuba, quando uma quadrilha armada atacou três agências bancárias. Três pessoas morreram na ação.
Os bandidos usavam armamento de guerra, carros blindados, drones e bombas com acionamento remoto, que foram deixadas em dezenas de pontos na cidade.
Parte da quadrilha atacou as bases do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e uma unidade de elite da Polícia Militar (PM) e do Comando de Policiamento de Área-10, para impedir a reação da polícia.
Eles usaram a técnica que os especialistas chamam de domínio de cidades, uma evolução mais violenta do novo cangaço, que, no caso, subjuga regiões inteiras durante um assalto.
Foram duas horas de intenso confronto, com tiroteio e explosões, resultado da reação dos policiais que já estavam nas ruas e de reforços que vinham de outras regiões. Os bandidos fizeram reféns como escudo humano para sair da cidade.
O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), disse ao Metrópoles que a cidade viveu “um inferno”, durante a ação criminosa coordenada.