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Chefe do MPSP refuta rotina de assédio e diz que denunciantes “atacam a instituição”

Procurador-geral de Justiça do MPSP, Mario Sarrubbo disse que reportagem do Metrópoles sobre assédios não retrata a realidade do órgão

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Imagem colorida do procurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo de terno e gravata falando ao microfone - metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do procurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo de terno e gravata falando ao microfone - metrópoles - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo – O procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, chefe do Ministério Público de São Paulo (MPSP), divulgou uma nota pública nesta sexta-feira (23/6) para refutar as denúncias de assédio moral e sexual dentro da instituição feitas por 15 servidores e ex-funcionários ao Metrópoles.

Sarrubbo afirmou que a reportagem exclusiva com relatos de vítimas de assédio moral e sexual publicada pelo Metrópoles “não expressa a realidade” e declarou que os denunciantes “atacam a instituição”.

“Em nome de 8.000 integrantes, o MPSP vem a público refutar o teor do texto, veiculado nesta quinta-feira, no qual, de forma injusta, a instituição é retratada como um lugar em que vicejaria a cultura do assédio. Isso, definitivamente, não expressa a realidade”, diz a nota.

“A se lamentar que a desinformação parta de poucos servidores que, desrespeitando os profissionais que fazem o Ministério Público, atacam a instituição, o que equivale a atacar aqueles que a integram”, afirma.

O texto foi divulgado nesta sexta-feira (23/6) e além de ser distribuído à imprensa, também foi enviado para o e-mail dos servidores da instituição.

“Importante ainda ressaltar que, quando o desvio de conduta é identificado, o MPSP pune os autores do comportamento indevido, conforme o texto registra de maneira apenas protocolar, fazendo prevalecer relatos que tentam desilustrar uma instituição que segue sendo, graças ao empenho da esmagadora maioria de seus integrantes, a defensora da cidadania”, diz o restante da nota.

Segundo apuração do Metrópoles, Sarrubbo abandonou uma compromisso em Bauru, nesta manhã, para participar de outra reunião que tratava da reportagem e das denúncias de assédio. O PGJ, segundo servidores presentes, teria afirmado que não deixaria que a imagem da instituição fosse manchada.

Cultura de assédio no MPSP

A reportagem publicada pelo Metrópoles ouviu, durante dois meses, 12 servidores e três ex-funcionários do MPSP que relatam ter sofrido assédio moral ou sexual de membros do MP — promotores e procuradores de Justiça — ou de outros integrantes do órgão.

Pela primeira vez, três deles decidiram falar abertamente sobre o que dizem sofrer dentro da instituição, abrindo mão do anonimato.

Os relatos apontam para uma rotina de intimidação, xingamentos, ameaças, sobrecarga de trabalho, desvio de função, falta de acolhimento a quem procura ajuda, omissão dos superiores e punição aos denunciantes. Por medo de represálias, a maioria dos entrevistados pediu para não ser identificada.

Em menos de um ano, três servidores do MPSP se suicidaram — dois deles em dependências do órgão — e um quarto tentou tirar a própria vida nas imediações do edifício-sede da instituição, no centro da capital paulista, mas foi contido por policiais.

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