Chefão do PCC: Justiça sequestra casa de praia e apartamento de luxo
Justiça de SP determinou o sequestro de quatro imóveis ligados a Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, alvo de operação contra o PCC
atualizado
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São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou o sequestro judicial de quatro imóveis, incluindo um apartamento de luxo na região do Morumbi, na zona sul da capital paulista, que seriam ligados a Marcos Roberto de Almeida, o Tuta. O traficante é o ex-número 1 do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas e está foragido.
Além do apartamento, a Justiça tomou salas comerciais, em Santos, e uma casa a poucos metros da praia, em Peruíbe, ambas no litoral. Outro endereço em Cidade Ademar, na zona sul da capital, também foi alvo da medida.
Segundo a decisão, obtida pelo Metrópoles, há indícios de que os imóveis foram comprados em manobras de lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína. O sequestro foi realizado a pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que deflagrou a segunda fase da Operação Sharks nesta terça-feira (12/9).
A investigação aponta que Tuta usava familiares e testas de ferro para esquentar recursos de origem ilícita. O esquema do chefão do PCC envolvia a compra de imóveis, por meio de leilões e de uma incorporadora de fachada, e investimentos em farmácias e padarias em São Paulo.
Ao todo, o MPSP pediu o decreto de prisão de 15 pessoas relacionadas ao traficante – incluindo sua esposa, Adriana Cristina dos Santos, o que foi negado. Só dois pedidos de prisão da Operação Sharks foram aceitos: Dario Pereira Alencar e Márcio Roberto de Souza Costa, considerados os “principais operadores” de Tuta.
Bens sequestrados
O apartamento sequestrado fica em um prédio de alto padrão na Avenida Giovani Gronchi, na Vila Andrade, região do Morumbi. O condomínio tem unidades de 120 a 240 m², com até quatro quartos, cinco banheiros e três vagas de garagem.
Em anúncios na internet, a oferta mais barata por apartamentos no condomínio é de R$ 890 mil. Segundo a investigação, a unidade foi comprada por um familiar de Tuta que, no entanto, seria “laranja” do traficante.
O mesmo parente também comprou uma casa na Rua Coronel Hélio Franco Chaves, em Peruíbe, localizada a 100 metros da praia, com depósito de dinheiro. A propriedade verdadeira do imóvel é atribuída a Tuta e sua mulher na investigação.
Já os escritórios sequestrados ficam no décimo andar em um luxuoso prédio de uso misto, com residências e comércios, em Santos, também no litoral. As unidades foram comprados por Márcio Roberto – acusado de ser testa de ferro de Tuta.
Márcio Roberto pagou, ainda, pelo último imóvel tomado pela Justiça. A casa fica na Rua Antonio Pedro Teixeira, em Cidade Ademar, periferia da cidade, e o MPSP afirma que foi repassada, em “transação suspeita”, para outra pessoa depois.
“No local, formalmente indicado como sede empresarial, aparentemente não há o exercício de atividade econômica”, diz.
Em 2020, Tuta chegou ao posto de maior chefão do PCC em liberdade. Ele teria sido expulso da facção criminosa, no entanto, por suposto desvio de recursos. Atualmente, o MPSP suspeita que o criminoso tenha sido assassinado, mas o corpo nunca foi encontrado.