Chance de dano estrutural após tremor em SP é pequena, diz sismólogo
Sismólogo Bruno Collaço afirmou ao Metrópoles que tremor registrado nesta sexta-feira (16/6) poderia ocorrer em qualquer lugar do país
atualizado
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São Paulo — O pesquisador Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o tremor de terra registrado nesta sexta-feira (16/6) no litoral sul paulista dificilmente provocou danos estruturais nas cidades afetadas.
O Centro de Sismologia da USP recebeu relatos de moradores de mais de 50 cidades. A magnitude foi de 4.0 na escala Richter. Os tremores foram registrados por volta das 8h22, com mais intensidade nos locais mais próximos do epicentro, os municípios de Miracatu e Iguape.
Segundo Bruno Collaço, apesar do alcance, é pouco provável que tenha ocorrido algum prejuízo material, o que não foi registrado até agora.
“Muito dificilmente essa magnitude vai causar algum problema para as estruturas das cidades, a não ser o susto das pessoas. Ele pode ser sentido até 100 km de distância, mas é muito pouco provável que venha causar algum problema estrutural, algum dano material”, diz Collaço.
O pesquisador afirma que o tremor de terra registrado nesta sexta-feira poderia ter ocorrido em qualquer lugar do Brasil. Segundo ele, não dá para prever se novos incidentes sismológicos vão voltar a ocorrer.
“Esses tremores podem acontecer em qualquer parte do país. A gente está sendo apertado pelo distanciamento da Placa Africana e pela compressão da Placa de Nascar, lá no Chile, e essas forças de compressão se espalham por toda a crosta terrestre e podem causar tremor em algum momento. Não dá para prever se novos tremores vão ocorrer”, explica o especialista.
“Naquela área onde ocorreu o tremor hoje não tem nada especial. Poderia ter acontecido em qualquer parte do país”, conclui o sismólogo.
Bruno Collaço ainda rebateu boatos de que existe a possibilidade de formação de um tsunami provocado pelo tremor de terra.
“O tsunami acontece quando há um sismo no oceano. Não é o caso. A segunda coisa que precisa é um movimento vertical da coluna d’água. Não é o caso porque não há coluna d’água. Não aconteceu no mar. Mas, ainda que fosse, no Oceano Atlântico não existe esse tipo de movimento, o movimento vertical.”