Censo 2022: IBGE faz parceria para “abrir porta” em favelas
Com objetivo de reduzir número de domicílios na favela que não responderam Censo 2022, primeira ação com entidades aconteceu em São Paulo
atualizado
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São Paulo – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Data Favela e a Central Única das Favelas (Cufa) deram início neste sábado (25/3) à ação “Favela no Mapa” para reduzir o percentual de domicílios que não responderam o Censo 2022 nas comunidades. A ideia é que as entidades ajudem a “abrir as portas” para o trabalho dos recenseadores.
Há dois anos atrasado por causa da pandemia de Covid-19 e de deficiências orçamentárias, o Censo 2022 ouviu 91% dos domicílios brasileiros e as equipes tentam concluir a coleta a tempo de iniciar a divulgação entre abril e maio de 2023.
Em São Paulo, o índice de “não resposta” é de 11,5%. Já nas favelas paulistas, onde há dificuldade de localizar moradores que trabalham fora, domicílios sem endereço e resistência de parte da população de prestar informações, o percentual sobe para 16,3%.
A primeira ação da parceria aconteceu em Heliópolis, favela da zona sul da capital paulista. O lançamento da parceria também contou com a presença da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).
Visibilidade para favela
“Estamos fazendo um trabalho incrível e inédito na história dos Censos, em que pesem todos os desafios e dificuldades que enfrentamos e que não nos fizeram recuar”, diz o presidente do IBGE, Cimar Azeredo.
Para Renato Meirelles, fundador do Data Favela, a parceria “garante a visibilidade das comunidades”. “O Censo como a principal pesquisa do Brasil é fundamental para políticas públicas baseadas em evidências”, diz.
Presidente da Cufa, Kalyne Lima diz que a rede de lideranças está à disposição dos recenseadores. “Entendemos que essa parceria é fundamental para facilitar o acesso do IBGE e conferir visibilidade às informações relativas aos moradores da favela, os inserindo, de fato, no mapa do Brasil”, afirma.