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Cenas macabras: veja fotos da prisão após chefões do PCC serem mortos

Imagens mostram interior de cadeia após homicídio de membros do PCC responsáveis por planejar atentado contra senador Sergio Moro

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Reprodução/Polícia Científica
Interior de presídio, com grade em primeiro plano - Metrópoles
1 de 1 Interior de presídio, com grade em primeiro plano - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Científica

São Paulo — Imagens inéditas obtidas pelo Metrópoles mostram o interior da Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista, logo após a execução de dois chefões do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ambos eram apontados como integrantes de um núcleo da facção que teria planejado um atentado contra o senador Sergio Moro e um promotor do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

As imagens (veja galeria abaixo) ajudam a entender a dinâmica dos assassinatos, com dezenas de facadas. Morreram, na cadeia, Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, e Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, ambos de 48 anos, em 17 de junho deste ano. Eles foram mortos quando o presídio era inspecionado pela juíza-corregedora Renata Biagioni.

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Chefões do PCC estariam envolvidos em plano contra senador Sério Moro
Nefo foi executado em pátio de presídio
Crime ocorreu em barbearia improvisada, perto de pátio onde ocorria banho de sol
Vítimas também foram alvo de golpes de estilete
Arma chamada na cadeia de "bicho" foi usada no crime
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Chefões do PCC estariam envolvidos em plano contra senador Sério Moro

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Nefo foi executado em pátio de presídio

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Crime ocorreu em barbearia improvisada, perto de pátio onde ocorria banho de sol

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Vítimas também foram alvo de golpes de estilete

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Arma chamada na cadeia de "bicho" foi usada no crime

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Rê foi morto com 36 golpes, em barbearia improvisada

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Como mostrado pelo Metrópoles, em 17 de junho, o diretor de disciplina do Presídio de Presidente Venceslau, onde estão encarcerados membros do PCC, foi alertado via rádio sobre uma confusão no Pavilhão 1 da unidade do interior paulista.

Assim que se aproximou da “gaiola”, ou seja, da grade que mantém os presidiários no pavilhão, ele foi abordado pelos presos Luís Fernando Baron Vesalli, o Barão, e Jaime Paulino de Oliveira, o Japonês. Ambos entregaram ao diretor do presídio, juntamente com confissões, um canivete e um punhal artesanal, cheios de sangue, usados em dois assassinatos, cometidos minutos antes.

Estavam mortos, na barbearia e no pátio do pavilhão, respectivamente, Rê e Nefo.

Confissões

Em relato, obtido pelo Metrópoles, o diretor de disciplina afirmou que Barão apontou onde estavam os mortos. Um estava na quadra e o outro em um banheiro, usado como barbearia pelos presos.

“Ele [Barão] e Jaime [Japonês] seriam os autores [dos crimes], acrescentando apenas que não gostariam de ser ‘esculachados’”.

Todos os presos foram colocados em seus cárceres e o pavilhão foi aberto com a chegada do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), que realizou uma varredura, para garantir que nenhum preso estava fora de cela.

Laudo da Polícia Científica afirma que Rê foi perfurado 36 vezes, além de degolado. Nefo foi apunhalado 13 vezes e também degolado. A causa da morte de ambos foi hemorragia.

Apesar da violência que precedeu os crimes, a defesa de Barão alega que o cliente agiu em legítima defesa.

Japonês, o barbeiro

A defesa de Japonês também pede para que ele não seja submetido a julgamento pelo crime. Em interrogatório, ele alegou que sofria ameaças de Nefo e Rê após decidir sair do PCC. “Desde então, as vítimas o ameaçavam e ameaçavam a família dele, caso ele deixasse de fato o cargo dentro da facção.”

Japonês confirmou que trabalhava como barbeiro em um salão improvisado em um banheiro do pavilhão, no qual Rê teria entrado, no dia do crime, ofendendo verbalmente Barão.

O barbeiro então “se intrometeu” no bate-boca, com o intuito de interrompê-lo, sem sucesso. A discussão, ainda segundo Japonês, se agravou quando Rê teria sacado um canivete e supostamente atacado Barão, que teria conseguido desarmar o chefão do PCC. Agora com o canivete, Barão e Japonês atacaram Rê.

“O acusado [Japonês] deixou claro que andava armado para sua proteção, uma vez que sofria ameaças constantes”, diz trecho de documento de sua defesa, encaminhado ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

Afirmando que Nefo também estava armado, o barbeiro, alegando nervosismo, “também desferiu golpes contra Janeferson [Nefo] antes que ele o atacasse”. Nefo foi alvo de 13 golpes e também foi degolado, no pátio onde os presos tomam banho de sol.

Com base no relato, a defesa de Japonês solicitou à Justiça para que absolvesse o cliente, ou ao menos desconsiderasse as qualificadoras de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

O diretor da unidade, em depoimento, disse que após serem algemados e levados até a galeria do presídio, Barão, agitado, teria afirmado que ele e Japonês teriam recebido a “missão” de assassinar os dois chefões do PCC, no prazo de 24 horas. Caso não concretizassem o crime, eles é que seriam mortos.

“Versalli [Barão] ainda acrescentou que as vítimas/sentenciados ‘falaram demais’ e que o depoente teria perdido [matado] ‘dois caguetas’”.

Sintonia Restrita do PCC

Os mortos Nefo e Rê faziam parte da chamada Sintonia Restrita, célula de elite que monitora e planeja ataques contra autoridades no Brasil. Com missões sigilosas e de alto risco, o grupo é formado por lideranças que respondem diretamente ao primeiro escalão do PCC.

Segundo investigação, os integrantes da Sintonia Restrita chegaram a receber treinamento de guerrilha do movimento Exército do Povo Paraguaio (EPP), grupo armado que promove atentados no país vizinho.

No fim de 2023, investigadores também descobriram que os criminosos pesquisaram os endereços dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para realizar uma “missão” no Distrito Federal.

Nefo, também chamado de NF, era apontado como coordenador da célula e colecionava passagens por roubo, motim e cárcere privado.

Já Rê era parte da liderança do PCC há mais de 20 anos. Ele já tinha sido denunciado por comandar um ataque com mais de 30 tiros e três lançamentos de granada contra uma base comunitária da PM em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, em 2003. Também respondia por outros crimes na capital paulista, em Campinas e em diferentes cidades do interior.

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