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“Cena de terror”, diz moradora ilhada por chuva em São Sebastião

A vendedora Cristiane Branco, de 40 anos, mora com as duas filhas em São Sebastião, cidade mais atingida pela chuva em SP

atualizado

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Estrago da chuva em São Sebastião
1 de 1 Estrago da chuva em São Sebastião - Foto: null

São Paulo – “Está uma cena de terror. Eu sou caiçara e nunca vi isso.” É assim que a vendedora Cristiane Branco, de 40 anos, descreve os transtornos enfrentados nos últimos dias em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, a cidade mais afetada pela maior chuva da história no Brasil.

Moradora do município, Cristiane está ilhada com as duas filhas, de 11 e 19 anos, na Praia de Camburi. Segundo relata, a água atingiu a altura do peito dentro de casa. Ela afirma que perdeu três carros e que até o suprimento de comida no local está ameaçado.

A vendedora conta que estava no trabalho, na praia vizinha do Juquehy, também em São Sebastião, quando o temporal despencou no domingo (19/2). “Vi que estava chovendo muito e fui embora, mas acabei ficando presa no meio da enchente”, diz.

“Tive que abandonar meu carro, com a água no pescoço”, relata. “Juquehy virou um rio, acabou com tudo. Mas, graças a Deus, conseguimos passar para Camburi.”

Pouco depois, a queda de uma barreira deixou a família presa em casa.

A inundação também estragou dois carros na garagem e a família precisou jogar vários objetos fora, segundo conta a vendedora. “Agora estamos tentando fazer faxina, mas não tem água.”

Veja vídeo:

 

Desespero

Sem comunicação no local, os moradores estão “desesperados”, diz Cristiane.

“Uma passagem a pé para Boiçucanga foi liberada hoje (20/2), mas não passa moto ou carro porque a estrada está perigosa”, diz. “O pessoal está indo para lá porque tem os mercados maiores. Não sei até quando o estoque vai durar, está acabando tudo.”

Estrago da chuva em São Sebastião

O Governo de São Paulo informa que a chuva no Litoral Norte atingiu o acumulado de 682 milímetros em 24 horas – o maior volume já registrado no país. Em 2022, Petrópolis, no Rio de Janeiro, registrou 530 milímetros, até então o maior índice

Em São Sebastião, a tragédia provocou ao menos 35 mortes. Outro óbito foi registrado em Ubatuba.

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