“Cena de filme”, diz DJ que gravou avião da VoePass caindo a 150m dele
O DJ e produtor musical que fez um dos vídeos mais veiculados no mundo sobre o acidente o gravou a 150 metros de sua casa em Vinhedo (SP)
atualizado
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São Paulo — O produtor de um dos vídeos mais veiculados no Brasil e no mundo da queda da aeronave da VoePass, que matou 62 pessoas, afirmou que a tragédia “parecia cena de filme”. A partir de sua casa, no condomínio Recanto Florido, em Vinhedo, interior de São Paulo, o DJ e produtor musical Breno Loschi relatou os momentos que sucederam a gravação do vídeo em que é possível ver o avião caindo em “parafuso chato” e a fumaça após a explosão a apenas 150 metros de seu quintal (veja abaixo).
“Nos minutos seguintes eu perguntava: o que aconteceu? Parecia muito cena de filme. Parecia que vinha na minha direção”, descreveu em entrevista ao G1.
Breno recebeu dezenas de mensagens de veículos de comunicação e agências de notícias do país e do exterior. Segundo ele, o choque da aeronave no solo foi tão forte que parecia um tremor de terra. “Parece até que eu senti um impacto assim, um tremor.”
O DJ ainda contou que, momentos antes do acidente, ele estava no andar de cima de sua casa produzindo em um estúdio de música quando começou a ouvir barulhos de avião.
“Parecia que estava só passando o avião, só que tava muito alto [o barulho]. Na hora eu comecei a procurar [no céu], mas lá tem a árvore. Aí eu desci para cá, fiquei procurando, olhando para o alto e não achava nada e o barulho só aumentando. Mas quando eu olhei para cima, bem aqui onde eu estou, já apareceu ele rodopiando. Aí caiu e teve a explosão.”
O que se sabe sobre a queda
O avião de prefixo PS-VPB havia saído de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e chegada prevista para às 13h50. Aquela era a quarta viagem do dia da aeronave turboélice modelo ATR-72, com 73 assentos. Dentro dela, havia 58 passageiros e 4 tripulantes. Nenhum deles sobreviveu. Por sorte, ninguém em solo foi atingido pelo avião, que caiu no quintal de uma casa.
Tanto as autoridades quanto a companhia aérea VoePass, antiga Passaredo, e especialistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam ser prematuro apontar a causa do acidente, embora a principal suspeita até o momento seja a formação de gelo nas asas da aeronave. A empresa admitiu que o modelo é “sensível ao gelo” e que esse é um “ponto de partida” para as investigações.
Segundo o diretor de Operações da VoePass, Marcel Moura, o avião havia passado por uma revisão técnica de rotina na madrugada anterior, em Ribeirão Preto, onde fica a sede da empresa. Ela estava “100% despachada, de acordo com os manuais e regulamento”, após a inspeção, disse Moura. Para a empresa, ela estava apta a voar.
A empresa afirma que a aeronave decolou do Paraná com todas as condições operacionais para cumprir a programação. Os últimos registros do voo mostram que, instantes antes da queda, o avião estava a 5.190 metros de altura.
Todas as vítimas tinham nacionalidade brasileira. Os passageiros eram, sobretudo, de Cascavel e de São Paulo. A empresa divulgou a lista completa de passageiros por volta das 18h da sexta (9).