“Cavaleiro Macabro” e idoso são presos por pedofilia em São Paulo
Padeiro usava codinome para adquirir fotos e vídeos nos quais crianças são vítimas de abusos; aposentado de 67 anos também foi preso
atualizado
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São Paulo – Um padeiro desempregado de 26 anos e um aposentado de 67 (foto em destaque) foram presos em flagrante por armazenar pornografia infantil, na manhã desta terça-feira (10/10), durante um operação policial na capital paulista.
Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriram seis mandados de busca e apreensão, dos quais dois resultaram em flagrantes.
Um deles foi na casa do padeiro aposentado Jadielson da Silva Alexandre, na região de São Miguel Paulista, na zona leste paulistana.
As investigações policiais apontaram que ele usava na internet o codinome “Cavaleiro Macabro”, com o qual adquiria fotos e vídeos de crianças sendo sexualmente abusadas, em fóruns destinados a pedófilos.
O aposentado Francisco Montesanti Calil Atallah também foi preso após policiais encontrarem na casa dele material de pornografia infantil, na região do Sacomã, na zona sul.
Ambos foram encaminhados para o prédio do DHPP, no centro de São Paulo, onde foram indiciados por armazenar registros que contêm cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes.
Foram apreendidos dois notebooks, quatro celulares, um tablet e um HD externo, que serão periciados.
A defesa de ambos não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Submundo da pedofilia
Como mostrado pelo Metrópoles, segundo investigações da Delegacia de Combate à Pedofilia do DHPP, na deep web os pedófilos se organizam em grupos, nos quais uma imagem de abuso sexual pode custar até US$ 100 (cerca de R$ 500) se for comprovado que ela é inédita ou pouco difundida entre o “grande público” de criminosos.
Os pedófilos monitoram quem entra nos grupos e pedem provas de que as pessoas são, de fato, interessadas no assunto. “O administrador costuma pedir imagens de abusos de crianças, preferencialmente feitas recentemente. Caso a pessoa não compartilhe, ela é tirada do grupo”, explica o chefe de investigações Alexandre Scaramella.
Conforme as imagens começam a circular pelas redes, elas vão perdendo valor de mercado. A partir daí, elas são vendidas em pacotes, armazenados remotamente nas chamadas “nuvens”. O conteúdo, nesses casos, é divulgado na internet aberta, principalmente no Telegram. Segundo a polícia, o aplicativo oferece aos criminosos a mesma segurança que a deep web.
Adquirir, vender, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente é crime previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena vai de quatro a oito anos de prisão.