Castelo de R$ 3,2 milhões e 100 quartos de José Rico encalha em leilão
Castelo construído pelo cantor José Rico, em Limeira (SP), encalhou na primeira tentativa de leilão para pagamento de dívidas trabalhistas
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Sem interessados, o castelo construído pelo cantor José Rico, em Limeira (SP), encalhou na primeira tentativa de leilão realizada para pagamento de dívidas trabalhistas com um músico.
Avaliado em R$ 3,2 milhões, o imóvel poderia ser arrematado com lances a partir de R$ 1,6 milhão. Agora, o castelo ficará disponível para venda direta, pelo mesmo valor mínimo, até 12 de setembro, pela mesma leiloeira.
Ao lado de Milionário, José Rico integrou, por cerca de 40 anos, uma das mais conhecidas duplas sertanejas do Brasil. O cantor morreu em 2015, aos 68 anos, e deixou o castelo com mais de 100 quartos ainda em construção.
Segundo os responsáveis pelo leilão, o imóvel aparenta “estado de abandono, com mato crescente, janelas quebradas e pichações nos muros”. Também é descrito como construído em “uma região de baixada em declive acentuado, praticamente sem proveito econômico”.
O local é fração de uma gleba rural e se encontra em processo de regularização fundiária na Prefeitura de Limeira. Além disso, tem grandes edificações que não foram averbadas na matrícula, o que pode ser um problema para quem arrematar o imóvel.
O castelo fica em uma estrada que liga a rodovia Anhanguera às represas do Bairro Jaguari, na divisa com Americana (SP).
Em entrevista ao cantor Michel Teló, em 2014, o sertanejo falou sobre o castelo: “Ali é meu mundo. Estou construindo para mim e para os meus”. O cantor também compôs uma canção chamada “Castelo”. A letra diz: “Construí um castelo bonito para dar de presente à pessoa amada”.
Não cabe recurso
A advogada Juliana Mendonça afirma que o processo já transitou em julgado. Ou seja, não cabe mais recurso, e a família de José Rico também não tentou entrar em acordo ao longo da ação, segundo a representante do funcionário.
Ela disse que Milionário também foi acionado, mas se antecipou. “Ele fez um acordo para ser excluído do processo. Chegou a pagar uma parte. Ficou, então, apenas a empresa e o próprio José Rico”, explicou.
Ao todo, o escritório do qual Juliana faz parte representa dois bailarinos e três músicos que trabalharam com a dupla por muitos anos. Ela estima que as dívidas trabalhistas referentes aos funcionários gire em torno de R$ 15 milhões. Outros bens de José Rico podem ser penhorados.
A advogada Joani Brumiller, representante da família de José Rico, disse que “há pedido nos autos de nulidade e suspensão do leilão por inobservância de formalidades processuais, ainda mercê de análise do juízo competente”.