Caso Igor Peretto: cunhado preso é transferido para Tremembé
Mario Vitorino é apontado como autor das facadas que matou o cunhado e melhor amigo Igor Peretto. Ele estava preso em São Vicente
atualizado
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São Paulo — Mario Vitorino, preso suspeito de ter esfaqueado e matado o cunhado e melhor amigo, Igor Peretto, foi transferido nesta terça-feira (26/11), do presídio em que estava, a Penitenciária “Dr. Geraldo de Andrade Vieira” – São Vicente I, para a Penitenciária II de Tremembé, conhecida por ser a “cadeia dos famosos”.
Em suas redes sociais, Tiago Peretto, irmão da vítima, revelou a transferência e comemorou decisão da Justiça. Segundo ele, Mário estava “fazendo o que queria e convivendo com os outros presos como se nada tivesse acontecido”. O familiar ainda chamou o preso de “talarico” e afirmou que o acusado assassinou o melhor amigo com 40 facadas.
Pedido de Habeas Corpus
A irmã de Igor, Marcelly Marlene Delfino Peretto, teve a liminar em habeas corpus negada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) no dia 19 de novembro. A defesa da mulher argumentou que a cliente sofre constrangimento ilegal por parte do magistrado da Vara do Júri da Comarca da Praia Grande, que decretou a prisão preventiva.
“Nada de concreto nos autos evidencia a necessidade da manutenção de sua prisão; contudo, o Juízo converteu a prisão temporária em preventiva, atendendo ao clamor público do caso e não à estrita prova dos autos”, alegou a defesa.
Por conta da repercussão do caso na imprensa, os advogados de Marcelly afirmaram que a acusada “está sofrendo pena antecipada” por crime que “sequer cometeu”. A defesa também chama de “trágico” o fato de a vítima ser irmão da mulher e aponta uma “ausência de provas que suportem a acusação”.
Para o relator Geraldo Wohlers, a liminar, que é reservada a “casos de ilegalidade gritante”, não apresentou os requisitos necessários. Por isso, o pedido foi negado.
Leandro Weissmann, advogado de Marcelly, afirmou ao Metrópoles que, “a cada dia que passa, a prisão de Marcelly se mostra mais e mais ilegal e abusiva”.
A cunhada da mulher e esposa de Igor, Rafaela Costa da Silva, vista pela Polícia Civil como pivô do crime , também teve um habeas corpus negado recentemente.
No mesmo 19 de novembro, Marcelly e Rafaela foram transferidas para o Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha, no interior paulista. Anteriormente, elas estavam presas na Cadeia Pública Feminina de São Vicente.
Relembre o crime
Câmeras de monitoramento registraram os últimos momentos do comerciante Igor Peretto, de 27 anos, encontrado morto com sinais de facadas em um apartamento em Praia Grande, no litoral de São Paulo, no dia 31 de agosto.
Os vídeos mostram os três investigados pelo crime deixando o edifício. São eles: a esposa da vítima, Rafaela Costa; a irmã de Igor, Marcelly Peretto, dona do apartamento onde ocorreu o crime; e Mario Vitorino, amigo e cunhado de Igor.
Rafaela e Marcelly foram filmadas subindo de elevador até o apartamento da irmã de Igor. Rafaela deixou o local sozinha aproximadamente 10 minutos depois, antes da chegada da vítima e do amigo Mario.
Na sequência, os dois homens chegam de carro ao prédio. No apartamento, o trio teria discutido. Igor foi assassinado no local. Pouco depois, Mario e Marcelly deixaram o edifício juntos e saíram de carro.
Segundo depoimentos, Rafaela tinha um caso com Mario. Além disso, ela também teria tido um envolvimento amoroso com Marcelly no local antes da chegada de Igor e Mario no apartamento.
O advogado de Rafaela, Marcelo Cruz, disse que, na noite do crime, ela saiu do imóvel antes da chegada do companheiro porque ficou com medo da reação dele, que havia descoberto a troca de mensagens entre ela e Mario.
Para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Igor foi morto porque atrapalhava o triângulo amoroso. “O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mario, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles”, diz manifestação do MP de 29 de outubro.
Mario é suspeito de ter esfaqueado a vítima. Ele foi capturado em Torrinha, na região de Rio Claro (SP), em 15 de setembro, após passar mais de duas semanas foragido.
O que dizem as autoridades
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.