Caso Gritzbach: DNA recolhido até agora é “precário”, diz polícia
Perita responsável pelo caso disse que o DNA é precário e insuficiente para identificar os suspeitos de executarem Gritzbach de forma rápida
atualizado
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São Paulo — A perita criminal, que investiga o caso da execução de Vinicius Gritzbach, afirmou em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (19/11) que todos os materiais genéticos coletados até o momento são precários e insuficientes para identificar os suspeitos de forma rápida.
Karen Kawakami contou que as autoridades estão usando equipamentos tecnológicos que ampliam a chance de extrair DNAs da cena, o que possibilitará a identificação dos envolvidos.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a polícia forense está usando uma tecnologia chamada ForenScope, que usa luzes e filtros para tentar detectar fragmentos de material biológico. Além disso, as autoridades estão usando um programa que permite um levantamento 3D do local do crime.
O carro abandonado pelos envolvidos, armas utilizadas na execução (três fuzis e uma pistola) e munições foram apreendidas pelos investigadores. Segundo a perita, os materiais estão sendo analisados.
“No total, foram coletadas mais de 50 amostras biológicas que podem nos auxiliar a descobrir que são os autores por trás do crime”, afirmou Karen.
Ainda de acordo com a SSP, apesar da polícia saber de onde saíram os tiros que vitimaram o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), a investigação não sabe de onde veio o disparo que matou um motorista de aplicativo presente no local no momento do atentado.
Suspeito identificado e recompensa
Kauê do Amaral Coelho foi o primeiro suspeito identificado. Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, Coelho foi identificado após análise das câmeras do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
A SSP cumpriu mandados de busca em endereços ligados ao suspeito e ofereceu a recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro dele.
Olheiro
Como o Metrópoles revelou, uma investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) identificou que um olheiro teria avisado aos assassinos de Vinícius Gritzbach o momento em que ele se encontrava no saguão do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O olheiro seria justamente Kauê — ele teria acionado uma espécie de alarme sonoro de dentro do aeroporto e alertou criminosos que estavam em um carro do lado de fora. O alarme foi localizado no carro usado pelos assassinos.
Gritzbach foi executado no último dia 8 de novembro, na frente da namorada e de dezenas de testemunhas na área de desembarque do aeroporto. Foram disparados, ao todo, 29 tiros de fuzil. Ele era jurado de morte pelo PCC e acabava de retornar de uma viagem ao Nordeste, onde permaneceu sete dias com a namorada e seguranças particulares, entre eles um policial militar.
Minutos após a execução, os executores embarcaram em um Volkswagen Gol preto e fugiram do local. Como mostrado pelo Metrópoles, o veículo foi filmado por câmeras de monitoramento antes do crime. O carro dá ao menos três voltas no acesso à plataforma de desembarque que seria usada por Gritzbach. Após o alerta do olheiro, o carro se deslocou para a frente de um ônibus da Guarda Civil Municipal, de onde a dupla de matadores desembarcou.
Investigações
A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de Kauê. Ele foi identificado com a ajuda das imagens de câmeras de segurança do aeroporto.
Até agora, nenhum responsável pelo crime foi preso e pelo menos 13 policiais são investigados: oito militares que faziam a escolta do empresário e cinco policiais civis que foram denunciados por Gritzbach por corrupção.