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Caso Cupertino: 6 mulheres e 1 homem são escolhidos para júri popular

Escolha do júri foi definida na tarde desta quinta (10/10) durante o julgamento de Cupertino pelas mortes do ator Rafael Miguel e dos pais

atualizado

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Divulgação/TJSP
Imagens coloridas mostram auditório com pessoas sentadas nas cadeiras para assistir a um julgamento, advogados à esquerda, réu do lado direito da defesa, juiz no meio da sala, promotores do lado direito da imagem e, mais à direita, a mesa dos jurados.
1 de 1 Imagens coloridas mostram auditório com pessoas sentadas nas cadeiras para assistir a um julgamento, advogados à esquerda, réu do lado direito da defesa, juiz no meio da sala, promotores do lado direito da imagem e, mais à direita, a mesa dos jurados. - Foto: Divulgação/TJSP

São Paulo — Seis mulheres e um homem vão compor quadro de jurados no julgamento de Paulo Cupertino, acusado pelas mortes do ator de Chiquititas Rafael Miguel e dos pais do  jovem, crime ocorrido em junho de 2019, na zona sul de São Paulo. A escolha ocorreu nesta tarde de  definiu na tarde desta quinta-feira (10).

A definição dos jurados, ocorrida na tarde desta quinta-feira (10) , é confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) após aprovação dos nomes por parte da defesa e promotoria (acusação), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

Preso desde 2022, Paulo Cupertino Matias é submetido a um júri popular, desde às 13h desta tarde.

Em uma carta escrita da cadeia ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), cujo teor foi relevado pelo Metrópoles, Cupertino argumenta que os sete jurados que irão definir sua sentença, ou eventual absolvição, foram “infectados com o vírus da mídia” — referindo-se à repercussão nacional do crime contra a família do ator de Chiquititas.

“O processo veio a público em rede nacional, me expondo e colocando todo o sigilo e segredo de justiça em ‘óbito’ e, mais uma vez, contaminando meus direitos e formando e fortalecendo uma opinião pública e negativa contra mim”, escreveu.

No manuscrito, remetido à presidência do TJSP em junho do ano passado, Cupertino pede liberdade, afirma ser inocente e diz que seus direitos foram negados, com “uma narrativa e fatos que não condizem com a verdade”.

Em uma manifestação obtida pelo Metrópoles, a promotora de Justiça Soraia Bicudo Simões Munhoz, por sua vez, afirma existirem provas e testemunhos que embasam a denúncia contra Cupertino e diz que aos jurados “caberá a análise aprofundada do mérito”.

O réu será julgado por triplo homicídio, qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Além de Cupertino, Eduardo José Machado, conhecido como o Eduardo da Pizzaria, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora serão julgados no mesmo dia por terem ajudado o acusado de homicídio durante sua fuga. O auxílio prestado por ambos na fuga foi apurado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

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Ele foi acusado há três anos de triplo homicídio qualificado
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Paulo Cupertino em sítio em Mato Grosso do Sul

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Filha de Cupertino

Isabela Tibcherani, filha de Paulo Cupertino, estava com o então namorado no momento do crime, cometido em 9 de junho de 2019. Na época, a jovem revelou que o pai era contra o namoro. Além disso, era possessivo e odiava mulheres. Na época, Isabela se disse surpresa por não ter sido também atingida pelos tiros.

“Ainda não consigo acreditar, mas estou me esforçando. Juro que o máximo que pensei que fosse possível era meu pai sair na mão [briga de socos]. Mas quando eles [Rafael e os pais] chegaram, ele me mandou entrar e começou a atirar”, declarou a namorada de Rafael em 2019.

Como mostrado pelo Metrópoles, ela pediu à Justiça que o pai fosse retirado do plenário do júri durante seu testemunho.

Segundo a promotora Soraia Munhoz, o pedido decorre do “fundado temor e evidente constrangimento” de Isabela e a mãe dela, Vanessa Tibcherani, estarem no mesmo recinto que Cupertino.

Suposto “envenenamento”

Na carta encaminhada à Justiça, Cupertino ainda afirma que teria sido vítima de tentativa de “envenenamento” com uma suposta introdução de vidro moído em sua comida.

De acordo com o relato, isso teria acontecido quando o acusado estava encarcerado no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, na zona leste da capital paulista.

“Sofri uma tentativa de envenenamento. Minha comida vinha com vidro moído e, depois de alguns dias, comecei a vomitar e defecar sangue. Pedi socorro médico e relatei ao agente, na época, pelo codinome Carvalho, e nada foi feito. Assim, optei em não comer mais o que era me dado”, escreveu Cupertino.

A carta foi escrita na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, para onde ele foi transferido em 7 de junho de 2022.

O crime

De acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Paulo Cupertino matou o ator Rafael Miguel, que na época tinha 22 anos, o pai dele, João Alcisio Miguel, de 52, e a mãe, Miriam Selma Miguel, de 50, porque não aceitava o namoro do jovem com a filha dele, Isabela Tibcherani, na época com 18 anos. Os pais do ator estavam no local porque queriam conversar com Cupertino sobre o namoro dos filhos.

Os assassinatos ocorreram há cinco anos em Pedreira, zona sul paulistana. Segundo a denúncia, Cupertino disparou 13 vezes contra as vítimas.

Paulo Cupertino foi acusado de triplo homicídio qualificado. Depois do crime, fugiu para o Mato Grosso do Sul e, em seguida, para o Paraguai. Ele foi preso na mesma região onde o crime ocorreu, escondido em um hotel.

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