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Cariani é suspeito de desviar substâncias para produzir 15t de crack

Polícia Federal cumpriu mandado na mansão do influencer Renato Cariani na manhã desta terça-feira; pedido de prisão foi negado pela Justiça

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São Paulo — O influenciador fitness Renato Cariani, alvo de operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (12/12), é suspeito de participar de um esquema que desviou, em 6 anos, uma quantidade de substâncias químicas capaz de produzir 15 toneladas de crack. O empresário e outras três pessoas tiveram a prisão preventiva solicitada pela PF. O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça.

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O influenciador Renato Cariani, alvo de operação da PF
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“Segundo a análise que a gente fez através da nossa perícia, foram 12 toneladas de produtos desviados no período. A partir dessas 12 toneladas, entraram no mercado de consumo de drogas cerca de 15 toneladas de crack”, disse Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF.

O influenciador foi alvo de busca e apreensão em sua mansão na manhã desta terça-feira (veja abaixo), no âmbito da Operação Hinsberg, que investiga o tráfico de drogas e o desvio de um produto químico usado na produção de crack.

Segundo o delegado Vitor Beppu Vivaldi, da PF, os quatro pedidos de prisão foram rejeitados pela Justiça.

“Os pedidos de prisão tiveram como fundamento a reiteração delitiva, justamente nesse período de 6 anos. Foram 60 notas confirmadas emitidas de forma fraudulenta”, disse Vivaldi.

O delegado não detalhou de que maneira cada um dos investigados teria participado do esquema. Ao todo, 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, em endereços em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

De acordo com o delegado Vivaldi, a Anidrol emitia notas fraudulentas em nome de multinacionais acusando a falsa compra de substâncias usadas na produção de entorpecentes. Entre 2014 e 2020, a Anidrol e uma filial teriam emitido 60 notas fraudulentas.

“A investigação começou a partir das notas de dois depósitos em dinheiro vivo feitos para duas multinacionais farmacêuticas. A empresa, no entanto, não reconhecia as transações e dizia não ter relação com a fornecedora e com os supostos funcionários”, disse o delegado.

“Essa forma de operar visa justamente dificultar a fiscalização da Polícia Federal. Nesse caso dos produtos químicos, criando essa ferramenta para escamotear as substâncias, você dificulta o trabalho. A ideia de emitir notas em nome das multinacionais era que, por terem movimentações muito grandes, as notas passariam batidas”, completou Fabrizio Galli.

Segundo a PF, as multinacionais nunca tiveram contrato ou relação empregatícia com os investigados.

Entre as substâncias desviadas estão lidocaína, fenacetina, manitol, ácido sulfúrico, éter etílico e acetona. “Essas substâncias também têm aplicações lícitas. Mas todas elas são usadas na produção ou no refino de crack”, diz o delegado Vitor Beppu Vivaldi.

Desvios

Os produtos desviados, segundo a Polícia Federal, somariam em torno de R$ 6 milhões. O delegado Vitor Beppu Vivaldi diz que as cifras no mercado clandestino poderiam chegar a “valores estratosféricos”.

“O esquema usava pessoas para fins de depósitos em espécie usando os nomes das multinacionais. Eles se passavam por funcionários das multinacionais”, afirma o delegado.

A Polícia Federal não deu detalhes sobre quem seriam essas pessoas e se elas estão entre os alvos dos pedidos de prisão preventiva que foram negados pela Justiça.

Influencer de sucesso

Com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões no YouTube, Cariani é um dos mais conhecidos influenciadores fitness do país.

Ele ganhou as redes sociais ao dar dicas de emagrecimento e fazer projetos fitness com atletas e personalidades da televisão brasileira, como Danilo Gentilli e MC Daniel.

 

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