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Carcereira que “batia carteiras” já foi presa por furtar mercado

Demissão da carcereira, condenada por “bater carteiras” dentro de delegacia, foi publicada por Tarcísio de Freitas no Diário Oficial de SP

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Imagem colorida de fachada da delegacia - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de fachada da delegacia - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo — A ex-carcereira Alessandra Salete Camargo, 48 anos, que foi demitida por Tarcísio de Freitas (Republicanos) acusada de “bater carteiras” dentro de uma delegacia, já havia sido presa em flagrante por suspeita de furtar um mercado no interior paulista.

O episódio aconteceu em 15 de agosto de 2014. A carcereira foi pega tentando levar “diversos bens” do supermercado Coop, em Piracicaba, cidade onde ela trabalhava, segundo despacho da Corregedoria da Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles. O documento não informa quais itens foram furtados.

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Dinheiro furtado estava escondido em CPU
Estação de trabalho de carcereiro em SP
Sede do Deinter-9, da Polícia Civil, em Piracicaba
Tarcísio demitiu PM condenado pela Justiça Militar
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Dinheiro foi encontrado dentro do computador usado por carcereira

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Dinheiro furtado estava escondido em CPU

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Estação de trabalho de carcereiro em SP

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Sede do Deinter-9, da Polícia Civil, em Piracicaba

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Tarcísio demitiu PM condenado pela Justiça Militar

Mônica Andrade/Governo do Estado de São Paulo

Autuada em flagrante, Alessandra foi solta após pagar fiança de R$ 750. Ela também respondeu a procedimento disciplinar, sendo afastada para atividades exclusivamente burocráticas, sem direito a porte de arma, por ordem do então delegado-geral Youssef Abou Chahin, do governo Geraldo Alckmin (PSB).

A ocorrência ainda rendeu à ex-carcereira uma denúncia por furto tentado, oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), no mesmo ano. No Tribunal de Justiça paulista (TJSP), Alessandra chegou a virar ré, mas o processo acabou suspenso, e a pena prescreveu.

Condenação

A demissão da policial civil foi publicada na quarta-feira (27/3), no Diário Oficial de São Paulo, após a condenação por outro caso transitar em julgado.

Em 2017, ela foi acusada de bater carteiras dentro da Unidade de Polícia Judiciária Agrupada de Piracicaba (UPJA), localizada na Rua José Pinto de Almeida, no centro do município, enquanto estava em serviço.

Segundo a denúncia, Alessandra era responsável por lavrar boletins de ocorrência – ela pedia para o cidadão ir buscar as folhas impressas em outra sala e aproveitava esse momento para cometer o crime.

Em abril de 2022, a ex-carcereira foi condenada, por crime de peculato, a 2 anos e 4 meses de reclusão, mas pôde responder em liberdade.

Já em outubro daquele ano, a agente também foi considerada culpada por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. Ela perdeu o cargo público, teve os direitos políticos suspensos e foi multada em R$ 7,1 mil.

Carteira

Uma das vítimas da policial relatou que foi à delegacia para registrar um furto de capacete. Após narrar o acontecido, ela saiu para pegar as folhas do boletim de ocorrência, que haviam sido impressas na sala ao lado, a pedido de Alessandra.

A carteira dela ficou na primeira sala, onde a carcereira permaneceu, segundo depoimento da vítima. Ao voltar, percebeu que haviam sumido R$ 190.

A mulher pediu ajuda para um delegado da unidade, que acionou a Corregedoria da Polícia Civil. Durante buscas, investigadores encontraram dinheiro, em espécie, escondido dentro do gabinete do computador usado pela carcereira.

Para aprofundar a investigação, os agentes da Corregedoria da Polícia Civil levantaram o nome de todas as pessoas que tiveram depoimentos colhidos por Alessandra entre os dias 10 e 11 de julho de 2017, época do episódio. Outras duas vítimas foram encontradas: uma mulher, que teve R$ 250 roubados, e um homem, que perdeu R$ 100.

Carcereira nega o crime

Na investigação, a policial negou que tenha furtado o dinheiro das carteiras e confirmou que, de fato, costumava pedir para que as pessoas fossem buscar o boletim de ocorrência em outra sala.

Ela também alegou não saber como havia dinheiro dentro do CPU e argumentou que outras pessoas usavam a sala. Já durante julgamento, optou por ficar em silêncio.

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