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“Cara de vaca”: vereadora aciona a Justiça após ofensa em sessão; veja

Vereadora alega violência de gênero em sessão na Câmara de São Carlos, no interior de SP; vereador nega ter chamado colega de “cara de vaca”

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Homem branco vestido com "terno e gravata" fala na tribuna de Câmara de Vereadores.. Ele está com os braços abertos, tem um celular em uma das mãos e papéis em outra.
1 de 1 Homem branco vestido com "terno e gravata" fala na tribuna de Câmara de Vereadores.. Ele está com os braços abertos, tem um celular em uma das mãos e papéis em outra. - Foto: Reprodução/ Youtube

São Paulo — A vereadora de São Carlos, no interior de São Paulo, Raquel Auxiliadora dos Santos (PT) entrou com uma representação criminal no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) contra o também vereador do município, Paraná Filho (PP). A notícia crime acusa o parlamentar de violência contra mulher no exercício do mandato eletivo por tê-la chamado de “cara de vaca”.

Na sessão legislativa da Câmara de São Carlos, realizada na última terça-feira (7/5), Paraná Filho se refere à vereadora como “cara de vaca, cara de pau” em uma discussão sobre o sigilo imposto pelo governo federal a informações sobre fugas de presos de penitenciárias e sobre a agenda da primeira-dama Janja Lula da Silva. Assista:

 

Raquel Auxiliadora então pede que a fala do vereador seja incluída na ata da sessão, quando ele a interrompe e diz que “jamais imputaria isso às coitadas das pobres vaquinhas”.

Ele alega ter se referido à colega como “cara lavada”: “Cara de vaca eu não falaria até porque não tenho nada contra as vacas, jamais imputaria isso contra as coitadas das pobres vaquinhas. Cara de vaca eu jamais chamaria a senhora até em respeito aos animais”, disse o vereador.

O advogado Renato Ribeiro de Almeida, que defende a vereadora, alega que “mais do que um ‘ato falho’, as atitudes do vereador representam uma violência de gênero contra uma legisladora durante o exercício de seu mandato, o que é inadmissível”.

Na representação protocolada na 121ª Zona Eleitoral de São Carlos, a defesa cita humilhação e constrangimento “tão somente por sua condição de mulher”, em uma sessão legislativa, na presença de diversas pessoas.

“Vale lembrar que os termos como ‘vaca’ e ‘cachorra’ são exemplos claros de linguagem misógina e depreciativa que são frequentemente usados para desvalorizar e diminuir as mulheres. ‘Vaca’, por exemplo, muitas vezes é empregado para difamar mulheres que desafiam normas de gênero ou que se recusam a se conformar com expectativas tradicionais de feminilidade”, afirma o documento.

Vereador nega

Em nota enviada ao Metrópoles, Paraná Filho voltou a negar que tenha chamado a vereadora de “cara de vaca”, e disse que se referiu a ela como “uma tremenda ‘cara lavada'”.

“A vereadora do PT tenta através de calúnias e injúrias, bem como, se utilizando de vitimismo barato, encobrir a hipocrisia e as incoerências dela e do PT, diariamente constatadas por este vereador que, diariamente as leva para a Tribuna da Câmara”, diz a nota.

O TRE-SP informou que ainda não é possível estimar quando a representação protocolada na 121ª Zona Eleitoral será julgada.

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