Capivara na pista! Latam diz que animal atrasou voos, aeroporto nega
CEO da Latam afirma que a invasão de uma capivara provocou o atraso de mais de 25 voos; aeroporto nega e diz que não encontrou animal
atualizado
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São Paulo — Uma capivara na pista do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, teria levado à suspensão de pousos e decolagens durante 15 minutos nessa segunda-feira (1º/4), de acordo com o CEO da Latam no Brasil, Jerome Cadier. Em uma publicação no LinkedIn, ele afirmou que a medida de segurança provocou o atraso de mais de 25 voos da companhia aérea.
A GRU Airport, concessionária que administra o terminal, informou ao Metrópoles que suspensão foi um procedimento de segurança realizado após um aviso relatando a presença de animal da espécie capivara na cabeceira de uma das pistas.
“O procedimento de segurança durou ao todo 8 minutos e constatou que não havia a presença de nenhum animal no local. Vistorias no entorno também identificaram que não havia qualquer abertura ou fragilidade nas cercas operacionais do aeroporto, nem vestígios que pudessem indicar a presença de animais no local”, diz o texto (leia na íntegra abaixo).
Na rede social, Jerome Cadier contou que a falta de operação levou a um efeito cascata na programação de voos. “Com isto, voos devem ser reprogramados, passageiros perdem suas conexões, tripulações chegam mais perto do seu horário limite de serviço (às vezes “vencendo” e requerendo acionar os reservas), filas no aeroporto aumentam, agentes devem fazer hora extra, ligações no call center se acumulam…e por aí vai”, relatou o executivo.
Em nota enviada ao Metrópoles (leia na íntegra abaixo), a Latam reiterou a versão de que uma capivara invadiu a pista do terminal. A empresa alertou “para a necessidade de uma gestão eficiente da fauna por parte dos municípios e administradores aeroportuários nas proximidades dos aeroportos brasileiros”.
Procurada, a prefeitura de Guarulhos, afirmou que a proteção das áreas dos terminais de passageiros e das pistas é de competência da GruAirpot, concessionária que administra o aeroporto.
“Evitar a invasão do sítio aeroportuário, tanto por pessoas quanto por animais, fica a cargo da equipe de segurança concessionária. A GRU Airport tem equipes específicas, inclusive com biólogos, para atender demandas internas com animais,” argumentou a prefeitura.
Leia a nota da Latam:
A LATAM alerta para a necessidade de uma gestão eficiente da fauna por parte dos municípios e administradores aeroportuários nas proximidades dos aeroportos brasileiros. Em 2023, a LATAM registrou bird strike (colisão com pássaros) em 563 de seus voos no Brasil. Além disso, a companhia observa o crescimento de interdições por incursão de animais, como o caso da capivara que invadiu a pista do aeroporto de Guarulhos (São Paulo) na segunda-feira (1º/4) e interditou a operação do maior aeroporto da América do Sul entre 8h05 e 8h20.
A alta incidência de bird strikes e incursões de animais nos aeroportos brasileiros prejudica milhares de passageiros com voos cancelados ou atrasados e provoca custos adicionais com reparos e manutenção de aeronaves e motores fora de operação e com a escala de tripulantes reserva. Somente o evento com a capivara em Guarulhos no dia 1º/4 atrasou mais de 25 voos da LATAM.
Leia a nota da GRU Airport:
A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informa que na segunda-feira, 1/4, ocorreu a suspensão momentânea das operações de pouso e decolagem em uma das pistas do aeroporto, decorrente de procedimento de segurança realizado após um reporte junto ao Centro de Operações de Emergência do Aeroporto, relatando a presença de animal da espécie Capivara na cabeceira de uma das pistas do Aeroporto.
A concessionária tem procedimentos preestabelecidos e uma equipe técnica especializada que realiza todas as ações em conformidade com o estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
O procedimento de segurança foi realizado dentro do tempo padrão (durou ao todo 8 minutos) e constatou que não havia a presença de nenhum animal no local. Vistorias subsequentes, que ocorreram no entorno do local e que não necessitaram da paralisação da pista, também identificaram que não havia qualquer abertura ou fragilidade nas cercas operacionais do aeroporto, nem vestígios que pudessem indicar a presença de animais no local.
Uma série de ações foram implementadas ao longo dos anos para aumentar o controle da fauna e mitigar os riscos atrelados. Entre as medidas estão o monitoramento contínuo das espécies presentes na área operacional e seus atrativos, manejo direto de ovos, ninhos e animais, controle de vegetação, remoção de poleiros, abrigos, ações de afugentamento dentre outras.
Tais ações têm se demonstrado eficientes e, no ano de 2024, o aeroporto de Guarulhos atingiu o menor nível histórico de avistamentos de animais e colisão de pássaros com aeronaves (colisões a cada 10.000 movimentos de aeronaves).
– Avistamentos animais de grande porte na área operacional (Acumulado de jan até mar de 2024) = 6 avistamentos
– Colisões de pássaros com aeronaves a cada 10.000 movimentos (jan até mar de 2024) = 0,66