Caos: vizinhos do Ibirapuera encaram destruição após tempestade em SP
Vizinhos do Ibirapuera, moradores da Vila Nova Conceição caminhavam nesta segunda em meio a rastro de destruição; bairro ficou às escuras
atualizado
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São Paulo – Os vizinhos do Parque Ibirapuera, na Vila Nova Conceição, zona oeste de São Paulo, caminhavam entre troncos estraçalhados, árvores retorcidas e carros amassados no fim da tarde dessa segunda-feira (8/1). A tempestade com ventania provocou o caos nas ruas, em grande parte interditadas pelos galhos, e deixou o bairro rico e arborizado da capital paulista às escuras em meio à destruição.
A Rua João Lourenço foi uma das mais afetadas, com árvores tombadas em praticamente todas as quadras. Além dos galhos soltos, muitos fios e cabos estavam jogados pelo chão. Diversas pessoas tentavam registrar, com celulares, o tamanho do estrago.
O farmacêutico Gabriel, 23 anos, trabalha em uma farmácia que ficou sem energia elétrica na João Lourenço. “As árvores antigas acabaram causando um certo desastre. Foi uma chuva que começou bem forte, com bastante vento. Depois granizo. Foi bem complicado o temporal. Levou tudo”, disse.
Em frente ao estabelecimento onde Gabriel trabalha, a queda de uma árvore foi tão violenta que trouxe consigo uma pilastra de concreto, onde havia um emaranhado de fios. Árvores penduradas nos fios, inclusive, faziam parte do cenário em praticamente todas as ruas.
A reportagem do Metrópoles viu ao menos três veículos em meio aos galhos no bairro. Não houve relato de feridos no local, ao menos até o início da noite.
Em alguns momentos, o interior da Vila Nova Conceição ficou parecendo um labirinto para motoristas que tentavam encontrar uma rota de fuga, alguma rua que não estivesse fechada por troncos e copas e desse abertura para sair do “miolo”.
Quando caiu a noite, a luz ficou por conta dos geradores dos prédios. Não havia previsão de retorno da energia elétrica. Em nota, a Enel diz que reforçou as equipes em campo e trabalha para normalizar o fornecimento de energia o mais brevemente possível aos clientes afetados.
Dezenas de árvores foram ao chão durante a tempestade que atingiu os vizinhos do Ibirapuera, incluindo bairros como Moema e Itaim Bibi. Não muito distante desses locais, no Aeroporto de Congonhas, as rajadas de vento passaram dos 76 km/h, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, da Prefeitura de São Paulo.
Ibirapuera
No próprio Ibirapuera, quatro pessoas ficaram feridas e foram levadas ao hospital após serem atingidas por uma estrutura metálica nas proximidades da marquise. O parque foi interditado.
Em conversa com funcionários instantes após a interdição, a reportagem ouviu que ao menos 20 árvores caíram no interior do parque, durante um levantamento preliminar. Para quem via do lado de fora, foi possível detectar eucaliptos de cerca de 30 metros de altura arrancados pela raiz por causa da força dos ventos.
No Portão 9, que fica em frente ao Monumento às Bandeiras, o ponto de locação de bicicletas foi destruído pela ventania. Na lateral da Avenida República do Líbano, a queda de uma árvore chegou a abrir um rombo na grade.
Até a noite dessa segunda, não havia previsão de reabertura do parque.