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Campinas investiga 4º caso de febre maculosa e prefeitura confirma surto

Com suspeita de febre maculosa, paciente é uma adolescente de 16 anos que foi a evento na Fazenda Santa Margarida; três pessoas morreram

atualizado

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Carrapato Hyalomma - febre hemorrágica da Crimeia-Congo
1 de 1 Carrapato Hyalomma - febre hemorrágica da Crimeia-Congo - Foto: Marijan Murat/picture alliance via Getty Images

São Paulo – A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, no interior paulista, identificou nesta terça-feira (13/6) mais um caso suspeito de febre maculosa relacionado a um evento realizado na Fazenda Santa Margarida. Três participantes da festa morreram por causa da doença.

A paciente é uma adolescente de 16 anos, moradora de Campinas, que está hospitalizada desde o dia 9 de junho. Segundo a prefeitura, a família só informou que a jovem participou do evento, realizado em 27 de maio, após ver a repercussão do surto de febre maculosa na cidade.

“O caso configura-se como um surto de febre maculosa”, informou a Prefeitura de Campinas após divulgar a investigação de um novo caso. O distrito de Joaquim Egídio é mapeado como área de risco para a doença.

As vítimas são a dentista Mariana Giordano, 36 anos, Douglas Costa, 42, namorado dela, e uma moradora de Hortolândia, que não teve o nome divulgado. O diagnóstico de febre maculosa dos três foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz nesta terça.

O material coletado da adolescente está em análise. De acordo com a prefeitura, o caso já havia sido notificado à Vigilância em Saúde como suspeita de febre maculosa, dengue, leptospirose ou meningite.

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Douglas Costa
Mariana era dentista e biomédica
Exames realizados no Instituto Adolfo Lutz confirmaram o diagnóstico de febre maculosa na dentista Mariana Giordano
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Douglas tinha 42 anos

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Douglas Costa

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Mariana era dentista e biomédica

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Exames realizados no Instituto Adolfo Lutz confirmaram o diagnóstico de febre maculosa na dentista Mariana Giordano

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Douglas e Mariana morreram no mesmo dia

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Sem eventos

A prefeitura de Campinas informou que a Fazenda Santa Margarida, indicada como o local onde as pessoas contraíram a doença, só poderá fazer novos eventos quando apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação.

Os responsáveis pelo local foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa, segundo a administração municipal.

Nos próximos dias, técnicos farão uma pesquisa para verificar como está a infestação de carrapatos (pesquisa acarológica) no espaço.

“Essa informação é imprescindível para que a pessoa adote comportamentos seguros ao frequentar estes espaços e também para que, após frequentar, se apresentar sinais e sintomas, informe o médico e facilite o diagnóstico”, diz a prefeitura.

Responsabilização

O espaço de eventos, no entanto, responsabiliza a administração municipal pelo controle e prevenção da doença.

Em comunicado, a fazenda diz que atende às “normas de vigilância sanitária” e segue “rigoroso processo de manutenção e cuidados em relação ao espaço e sua conservação”.

“Essa enfermidade é considerada uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida entre animais e seres humanos. Cabe ressaltar que a responsabilidade pelo controle e prevenção da febre maculosa é atribuída ao município, conforme estabelecido pela legislação pertinente”, afirma

A fazenda argumenta que a região rural de Campinas “sempre apresentou casos de febre maculosa”. A doença infecciosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida aos seres humanos por algumas espécies de carrapatos.

Febre maculosa

A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente com antibióticos adequados. O principal sintoma da doença é a febre alta, que pode ser confundida com outras enfermidades.

“Por isso, é importante que o médico sempre pergunte, ou que o paciente relate que esteve em área de vegetação com presença de carrapato ou capivara. Com esse histórico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, diz Andrea von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), de Campinas.

Os principais sintomas da febre maculosa são:

  • Febre;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia e dor abdominal;
  • Dor muscular constante;
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
  • Gangrena nos dedos e orelhas;
  • Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.

Na evolução da doença, também é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

Como é a transmissão?

A transmissão da doença ocorre em ambientes silvestres, nos quais exista o carrapato Amblyomma cajennense, popularmente conhecido como carrapato-estrela. Para que ocorra a transmissão, é necessário que o carrapato fique fixado na pele por um período de cerca de 4 horas.

Como se proteger:

Ao realizar trilhas e atividades de lazer ao ar livre, algumas precauções devem ser tomadas para evitar a febre maculosa:

  • Evitar caminhar, sentar e deitar em gramados e em áreas de conhecida infestação de carrapatos;
  • Em áreas silvestres, realizar vistorias no corpo em busca de carrapatos em intervalos de três horas para diminuir o risco de contrair a doença;
  • Se forem verificados carrapatos no corpo, não esmagar o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar as bactérias e infectar partes do corpo com lesões;
  • Se encontrar o parasita, ele deve ser retirado de leve com torções e com auxílio de pinça, evitando contato com as unhas. Quanto mais rápido forem retirados, menor a chance de infecção;
  • Utilizar barreiras físicas, como calças compridas, com a parte inferior por dentro das botas ou meias grossas;
  • Utilização de roupas claras para facilitar a visualização e retirada dos carrapatos.

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