Campana e porta forçada: como foi a prisão de líder da Família Terror
Líder da Família Terror do Amapá (FTA), facção aliada do PCC, Tatá foi preso em apartamento na zona oeste da cidade de São Paulo
atualizado
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São Paulo – Acusado de ser um dos líderes da facção Família Terror do Amapá (FTA), Ariel Nahum Estrão, o Tatá, de 34 anos, estava foragido há mais de três anos, vivia escondido em um apartamento na cidade de São Paulo e foi preso na manhã de quinta-feira (30/5).
A ação que levou à captura do chefe da Família Terror começou após o compartilhamento de informações de inteligência da Delegacia Especializada de Tóxicos e Entorpecentes (Dete), do Amapá, com a Polícia Civil paulista. A facção é aliada do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região Norte.
Em ofício enviado na segunda-feira (27/5), os investigadores amapaenses afirmavam ter recebido informação de que Tatá estaria escondido em um prédio, na Rua Luísa Crapsi Orsi, no Jardim Arpoador, zona oeste da capital paulista, e provavelmente usava um nome falso. O documento era acompanhado de uma cópia do mandado de pisão e de fotos do foragido.
Policiais do Departamento do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), unidade de elite da polícia paulista, começaram a fazer campana no endereço. Após dois dias de investigação, os agentes confirmaram a veracidade da informação e prepararam a ação para capturá-lo.
Prisão
Por volta das 10h, policiais civis foram até a portaria do prédio, explicaram a situação para a equipe de segurança e receberam autorização para entrar no condomínio.
Tatá estava no apartamento, mas se recusou a abrir a porta. “Foi necessário uso de força moderada para adentrar e realizar sua captura”, diz o boletim de ocorrência da captura.
O apartamento foi descrito como “luxuoso” por policiais que participaram da ação. O condomínio onde o líder da FTA vivia é equipado com piscina, academia, salão de jogos e segurança 24 horas por dia.
Uma vez que os agentes entraram na casa, Tatá não ofereceu mais resistência, informou seu nome correto e avisou, por mensagem de WhatsApp, da sua prisão a um irmão. No local, os investigadores também encontraram um RG, do estado do Amapá, com nome fictício de Patrick dos Santos Cordeiro.
Família Terror
Com passagens por roubo, a liderança da Família Terror figurava na lista de bandidos mais procurados do Amapá. A facção nasceu no Amapá e também tem presença no Pará e em Rondônia, segundo o estudo “Cartografia da Violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em disputa pela hegemonia do estado, o grupo criminoso fez aliança com o PCC. Eles disputam o poder com outra facção local, a União Criminosa Amapaense (UCA), aliada do Comando Vermelho (CV).
Entre os líderes da FTA estão Alberto Magno da Silva Lobato, o Imperador, que responde a mais de 100 homicídios e é conhecido como o maior assassino do Amapá. Ele foi preso em no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, em 2021.
Outro chefe da facção é Ryan Richelle dos Santos Menezes, o Tio Chico, que está no sistema penitenciário federal.