Câmeras mostram namorado saindo de prédio de médica encontrada morta em mala
Imagens das câmeras apontam que Davi Izaque Martins Silva pegou um carro de aplicativo após o assassinato de Thallita da Cruz Fernandes
atualizado
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São Paulo – Imagens de câmeras de segurança mostram Davi Izaque Martins Silva, suspeito de assassinar a médica Thallita da Cruz Fernandes, deixando o apartamento da vítima e indo para a rua na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
O rapaz, de 26 anos, estava vestido com camiseta vermelha e boné preto, deixou o apartamento da vítima e caminhou pelo corredor em direção ao elevador. Ele saiu do prédio usando o celular e entrou em um carro de aplicativo que aguardava na rua.
Após o crime, Davi Izaque Martins Silva pediu um carro de aplicativo, conversou normalmente durante o trajeto e desembarcou na frente de uma hamburgueria. “Cheiro de carne, né?”, comentou o suspeito, ao descer do veículo.
O episódio foi relatado aos policiais pelo motorista de aplicativo, que se apresentou voluntariamente para prestar depoimento na delegacia, em São José do Rio Preto, no interior paulista, no último sábado (19/8).
O crime
Thalita, 28 anos, foi encontrada morta dentro de uma mala em seu apartamento, em um bairro nobre de Rio Preto, na tarde de sexta-feira (18/8). Ela foi morta a facadas. Davi foi preso no sábado (19/8).
O delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior, titular da Delegacia de Homicídios de São José do Rio Preto, disse ao Metrópoles que Davi já havia admitido, no dia da prisão, ter consumido “uma bala de cocaína”. “Hoje (21/08) ele contou que também usou dois ou três comprimidos de ecstasy e ingeriu cerveja com amigos antes de voltar para o apartamento da Thallita”, afirmou.
Ao chegar ao apartamento, a médica e o namorado teriam discutido por causa do consumo de drogas do rapaz. “Ela perguntou ao Davi como ele tinha dinheiro para drogas e bebidas, mas não podia ajudar nas despesas da casa. Foi uma discussão acalorada, mas o casal se entendeu depois, segundo o depoimento dele”, contou o delegado Alceu.
Com o fim da discussão, Thallita foi dormir e Davi, para a sala, onde teria tomado duas cervejas. “A perícia encontrou as embalagens no local”, disse o delegado. Em seguida, o namorado levantou, foi até a cozinha, pegou a faca e foi para o quarto. “Nesse momento, ele atacou Thallita a facadas enquanto ela dormia”.
A polícia acredita que a médica queria terminar o relacionamento, mas Davi não concordava sobretudo porque dependia financeiramente dela e não queria abrir mão do padrão de vida que a namorada proporcionava.
O namorado deixou o apartamento na tarde de sexta, após pedir um carro de aplicativo. Ele foi preso no dia seguinte e, inicialmente, havia dito que sofreu um “lapso de memória”.
Mensagem para amiga
O crime foi descoberto no sábado, após uma amiga de Thallita receber dela uma mensagem suspeita. “Não posso falar. O dia de serviço está muito corrido”, dizia o texto. A amiga, no entanto, sabia que Thallita estava de folga.
A amiga chamou a PM, que foi até o apartamento. De acordo com o boletim de ocorrência, a PM encontrou a porta do apartamento dela trancada e precisou acionar um chaveiro para entrar.
Sem roupa e com marcas de ferimento no rosto, o corpo da médica foi encontrado em uma mala, na área de serviço do apartamento. Também havia sangue no quarto e no banheiro do imóvel.
Namoro de três anos
O namoro de Thallita e Davi durou três anos. Há um ano e quatro meses, eles viviam juntos, no apartamento dela. Como a família da médica mora em Guaratinguetá (SP), Thallita costumava viajar e deixar o namorado cuidando do imóvel. Nessas ocasiões, era comum que Davi levasse amigos, fizesse festas e recebesse queixas de barulho feitas por vizinhos.
Segundo testemunhas, Davi havia começado em um novo emprego na segunda-feira (14/8). Ele era caixa de uma hamburgueria. Na quinta (17/8), no entanto, o suspeito faltou ao trabalho. Na sexta (18/8), quando o corpo da médica foi encontrado, também não apareceu.
Thallita era plantonista em um posto de saúde do município vizinho de Bady Bassitt, também no interior paulista. Nas redes sociais, ela agradecia à família pela ajuda financeira que recebeu para se formar e morar em outra cidade.
O Metrópoles não localizou a defesa de Davi. O espaço segue aberto para manifestação.