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Câmeras da prefeitura são alvo de furto e vandalismo na Cracolândia

Programa de videomonitoramento para a segurança foi anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes em agosto; região teve um roubo por hora em julho

atualizado

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Em foto colorida dois homens escalam um posto onde está instalada uma câmera - Metrópoles
1 de 1 Em foto colorida dois homens escalam um posto onde está instalada uma câmera - Metrópoles - Foto: Arquivo Pessoal

São Paulo – Moradores da região central de São Paulo relatam que câmeras do programa Smart Sampa estão sendo vandalizadas e furtadas por dependentes químicos que frequentam a Cracolândia.

Anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), há pouco menos de um mês, o programa propõe justamente inibir ações criminosas no centro de São Paulo, onde em julho foi registrado o equivalente a um roubo por hora.

O caso mais recente de furto de câmera relatado ao Metrópoles ocorreu por volta das 17h30 dessa segunda-feira (4/9), na esquina da Rua dos Gusmões e da Avenida Rio Branco. Ambas as vias são palco de constantes furtos e roubos de celular, incluindo vítimas que estão dentro de seus veículos (veja abaixo).

 

Um morador conseguiu registrar em foto o momento que dois usuários de drogas escalam um poste (imagem em destaque), em que uma das câmeras do programa de monitoramento da prefeitura está instalada.

A cena é testemunhada por três pessoas que vestem coletes semelhantes aos usados pela Assistência Social do município.

Um comerciante afirmou, nesta terça-feira (5/9), em condição de anonimato, que na Praça Júlio Prestes, onde se concentrava o antigo fluxo da Cracolândia, câmeras também foram instaladas na altura do número 30.

“Mas elas estão muito baixas, acessíveis. Não vai demorar muito para os nóias [usuários de drogas] quebrarem e venderem as peças.”

Além dos equipamentos de monitoramento, uma moradora da Rua dos Gusmões afirmou, também nesta terça-feira, que lâmpadas são quebradas dos postes assim que são trocadas pela Prefeitura. “Os nóias fazem isso para ficarem no escuro, para poder usar droga e fazer as coisas erradas deles de boa.”

Em coletiva de imprensa, em 7 de agosto, o prefeito Ricardo Nunes anunciou que o programa previa a instalação de 20 mil câmeras inteligentes de segurança na cidade. A colocação dos primeiros 200 equipamentos estava prevista para dali a 60 dias.

“O uso da tecnologia é fundamental para a questão da segurança na cidade de São Paulo”, afirmou o chefe do Executivo.

Nunes também afirmou na ocasião que havia ampliado em mil o número de guardas civis metropolitanos (GCM) em São Paulo, totalizando 6.850 agentes.

Prefeitura e SSP

Questionada por e-mail, na manhã desta terça-feira, sobre quantas câmeras já foram vandalizadas ou furtadas, desde o início do Smart Sampa, a Prefeitura de São Paulo solicitou, por telefone, para que o Metrópoles procurasse a Secretaria da Segurança Pública (SSP), do governo estadual. A prefeitura também não falou sobre medidas para evitar delitos do tipo.

A SSP foi questionada, por email, sobre o número de câmeras que foram alvo de ações criminosas, assim como sobre eventuais prisões pelos crimes. A reportagem foi orientada a fazer o pedido via Lei de Acesso à Informação, cuja resposta pode demorar entre 20 e 30 dias para ser enviada.

Sobre os dois suspeitos flagrados escalando um poste para pegar uma câmera, a pasta não havia se posicionado até a publicação desta reportagem.

 

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