Câmeras corporais já são usadas por 58% dos agentes de trânsito da CET
No mesmo modelo da polícia, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de SP tem 700 câmeras corporais que são usadas por agentes de trânsito
atualizado
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São Paulo – A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da capital paulista já possui 700 câmeras corporais, o suficiente para cobrir 58% do quadro de agentes de trânsito na cidade. Os equipamentos têm funcionamento parecido com o de policiais militares, com tecnologia para registro de imagens e sons acoplada nos uniformes.
Atualmente, a CET conta com efetivo de 1,2 mil agentes de trânsito em São Paulo. As câmeras, utilizados em dois turnos, cobrem 350 funcionários em cada período.
De acordo com o órgão municipal, os registros não são usados para aplicar multas e penalidades aos motoristas previstas no Código de Trânsito Brasileiro. O objetivo da iniciativa é aumentar a segurança dos agentes e prevenir casos de violência contra os funcionários da CET.
Custo de 12,9 milhões
As 700 câmeras corporais foram contratadas por 30 meses pelo custo de R$ 12,9 milhões. Assim, o valor mensal dispendido pela Prefeitura com os equipamentos é R$ 430 mil e a operação de cada aparelho custa R$ 614.
Os agentes de trânsito começaram a usar as câmeras portáteis de “forma efetiva” no final do mês de setembro. Segundo a CET, a implementação da tecnologia de gravação “atende a uma reivindicação antiga dos funcionários”.
Ao ser ligada, a câmera no uniforme da CET fica inicialmente em stand-by, o modo de espera. A captação de foto, vídeo ou áudio só acontece se o agente acionar o botão da ação desejada.
Esse modelo é semelhante ao adotado por polícias em outras partes do mundo, como Estados Unidos, Canadá e Europa. Por sua vez, as câmeras corporais da Polícia Militar de São Paulo, que também têm objetivo de proteger agentes em serviço, gravam de forma ininterrupta.
Segurança dos funcionários
“Os equipamentos foram adquiridos para aumentar a sensação de segurança e como uma forma de prevenção à violência cometida contra os agentes de trânsito”, informou órgão municipal ao Metrópoles.
No período de 2019 a agosto de 2022, antes do início do programa, 141 funcionários registraram boletim de ocorrência relatando que sofreram alguma violência, como lesão corporal, desacato, ameaça, injúria e danos aos veículos, durante o trabalho.
O departamento jurídico da CET pode solicitar as gravações de imagens e áudios para usar como prova material de processos.