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Câmera registra desespero de namorada de Gritzbach após execução. Veja

Maria Helena, namorada de Vinícius Gritzbach, testemunhou o momento que dois homens fuzilaram o delator do PCC, no Aeroporto de Guarulhos

atualizado

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maria helena gritzbach
1 de 1 maria helena gritzbach - Foto: Reprodução

São Paulo — Uma câmera de monitoramento registrou o desespero da namorada de Vinícius Gritzbach instantes após ele ser executado com dez tiros de fuzil, no Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana, no último dia 8 (assista abaixo).

A modelo e nutricionista Maria Helena Paiva Antunes, de 29 anos, testemunhou o momento em que dois homens desembarcam de um Volkswagen Gol, preto, e matam Gritzbach.

Ele era jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), facção da qual dois integrantes teriam sido mortos, sob mando de Gritzbach, e com a qual ele teria atuado na lavagem de dinheiro.

No dia em que foi assassinado, o delator do PCC voltava de Maceió (AL), onde havia ficado sete dias com Maria Helena. Ambos teriam procurado imóveis de aluguel para passarem as festas de fim de ano. Durante os sete dias, Gritzbach também recebeu parte do pagamento de uma dívida de R$ 6 milhões, pago com joias.

A modelo postou uma homenagem nas redes sociais, com uma sequência de fotos do casal. “Eu vi o cuidado de Deus comigo quando ele sussurrou no meu ouvido: ‘Filha, não explica, não, deixa que o teu pai justifica lá na frente’. Descanse em paz meu amor. Eu vou te amar pra sempre”, escreveu.

Depoimento da namorada

Após testemunhar o assassinato do namorado, Maria Helena detalhou à Polícia Civil os últimos dias que passou com Gritzbach.

Ele foi fuzilado com 10 tiros, segundo registros oficiais obtidos pelo Metrópoles, quando pretendia embarcar em uma Trail Blazer, blindada, que o aguardava em frente ao terminal 2 do maior aeroporto do Brasil. Antes disso, Maria Helena e ele passaram alguns dias em Maceió (AL), a convite da namorada.

Ela contou à polícia ter conhecido Gritzbach por meio do Instagram e ambos engatilharam um namoro – que durou um ano e meio – até o dia do assassinato.

Maria Helena afirmou que testemunhou Gritzbach comentar sobre ameaças de morte que recebia “por meio eletrônico”. Ele era jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), facção com a qual teria contribuído com a lavagem de dinheiro, segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Ele também era acusado de envolvimento no assassinato de dois membros da organização criminosa.

O medo de ser morto perseguia Gritzbach, ao ponto de ele achar que um de seus inimigos observava o casal durante um jantar, ainda no Nordeste.

“Na quarta-feira passada, estava jantando com Antônio Vinícius em São Miguel dos Milagres, quando Antônio Vinícius comentou que teria visto no local um homem muito parecido com um dos que o ameaçavam, mas achava que talvez não fosse, pois não estava fumando, e o homem que o ameaçava fumava demasiadamente.”

Maria Helena seguiu o depoimento afirmando que, entre os dias 5 e 6, ouviu Gritzbach conversando ao telefone com uma pessoa que o devia dinheiro. “Posteriormente, ele determinou que [o policial militar] Samuel [Tillvitz da Luz] e [o motorista] Danilo [Lima Silva] fossem até Maceió buscar algumas joias que seriam como parte do pagamento dessa dívida.”

Como mostrado pelo Metrópoles, as joias estavam com Gritzbach no momento do ataque e foram entregues ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Instantes finais

Na sexta-feira do assassinato de Gritzbach, o policial militar Samuel Tillvitz foi antes dos namorados ao aeroporto de Maceió, de carro, onde teria despachado sua arma de fogo. Ele aguardou a chegada de Gritzbach e Maria, que foram até o embarque em um transfer, saindo do hotel onde estavam hospedados, por volta das 8h30.

Maria Helena relatou à polícia que o casal estava ciente de que seria aguardado, no aeroporto da Grande São Paulo, por policiais militares que faziam a segurança particular do empresário. Oito deles foram afastados de suas funções oficiais após a repercussão do caso.

Assim que o avião pousou em Guarulhos, Gritzbach recebeu um telefonema, no qual foi informado de que o Volkswagen Amarok, que faria sua escolta, estava com problemas mecânicos.

Segundo os quatro policiais que faziam a segurança privada de Gritzbach naquele momento, devido ao problema mecânico, apenas um deles foi buscar o cliente, usando outro veículo, enquanto os outros três permaneceram com o carro quebrado no posto de combustíveis.

Maria Helena destacou ao DHPP que o Amarok contava com nível de blindagem 5, ou seja, absorvia até tiros de fuzil. Já a Trail Blazer que aguardava o casal, acrescentou a namorada, contava com nível 3, ou seja, deixava o empresário mais vulnerável.

Gritzbach, porém, não teve tempo de embarcar no carro blindado. Antes disso, foi alvo de mais de 20 tiros, de três tipos de calibre diferentes, incluindo de fuzil, dos quais 10 o atingiram, sendo dois deles no rosto.

Ele morreu no local, e os assassinos fugiram no mesmo carro com o qual chegaram. O veículo foi encontrado abandonado, perto do aeroporto.

Armas abandonadas

A namorada afirmou, ainda no depoimento, ter ouvido os tiros e que viu Gritzbach cair. Ela, no entanto, não soube afirmar de onde vieram os disparos, porque fugiu na direção contrária para se proteger.

Dentro do aeroporto, ela ficou com o PM Samuel, que, posteriormente, conduziu Maria Helena até a casa de Gritzbach, onde ela foi procurada pela Polícia Civil para prestar o depoimento.

No dia seguinte, a Polícia Militar localizou armas que podem ter sido usadas na execução do empresário. Um fuzil AK-47, diversos carregadores e também uma pistola foram achados na rua Guilherme Lino dos Santos, após uma denúncia anônima indicar o local ao 15º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep).

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