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Câmara decide votar CPI das ONGs, mas adia inclusão de padre Júlio

Vereadores de SP decidem levar a votação no plenário da Câmara o pedido de CPI sobre atuação de ONGs no centro e mantêm padre Júlio na mira

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Richard Lourenço/Rede Câmara
Imagem colorida mostra Milton Leite, homem negro, grisalho, de terno preto, na mesa da presidência do plenário da Câmara Municipal, falando ao microfone com o dedo indicador em riste e olhando para sua direita - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Milton Leite, homem negro, grisalho, de terno preto, na mesa da presidência do plenário da Câmara Municipal, falando ao microfone com o dedo indicador em riste e olhando para sua direita - Metrópoles - Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara

São Paulo — Os líderes de bancadas da Câmara Municipal paulistana decidiram, nesta terça-feira (5/3), após uma reunião fechada, dar prosseguimento ao pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONGs que atuam com a população de rua e dependentes químicos da região da Cracolândia, no centro da capital.

Mas os vereadores deixaram para a semana que vem a decisão sobre qual será o “escopo” da investigação, ou seja, se ela vai apurar a atuação das ONGs, como está escrito no protocolo da CPI, ou a acusação sobre um suposto abuso sexual contra o o padre Júlio Lancellotti, como vinham pressionando os vereadores do Rubinho Nunes e Milton Leite (foto em destaque), presidente da Câmara, ambos do União Brasil.

Nesta terça, Rubinho apresentou a um grupo de vereadores da base governista e da oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) o que ele classificou com “novas provas” contra o padre Júlio, que ele quer colocar no centro das investigações. Porém, parlamentares dos dois lados têm ressalvas à apuração contra o sacerdote, que poderia respingar na Igreja Católica.

A proposta de investigação contra o padre Júlio havia perdido força há duas semanas, mas voltou à pauta diante de uma tentativa da oposição de investigar o aumento expressivo de contratos de obras sem licitação na Prefeitura, que chegam a R$ 4 bilhões e têm indícios de conluio, segundo reportagem do portal UOL.

A reunião entre as lideranças de bancadas, que é pública e ocorre com plateia e transmissão online, ocorreu de forma tumultuada e em meio a discussão entre vereadores de situação e oposição. Rubinho pediu que a reunião passasse a ser a portas fechadas para que ele pudesse apresentar as provas que havia recolhido — segundo os vereadores, o material incluiu relato de uma pessoa que se dizia vítima do padre.

Depois da sessão fechada, os parlamentares retornaram à sala de reuniões e anunciaram a decisão.

Instalação da CPI

Na semana que vem, quando os vereadores decidirem se a CPI será sobre as ONGs ou sobre o padre Júlio, o requerimento será levado ao plenário na Câmara. Para que a comissão seja efetivamente instalada, é preciso que o pedido seja aprovado por pelo menos 28 votos entre os 55 parlamentares da Casa.

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