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Calor de 40°C inferniza a vida de quem trabalha sem refresco

Viver dias infernais sob altíssimas temperaturas está longe de ser exceção na rotina dos trabalhadores, que sofrem com o calor

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Imagem mostra trabalhador bebendo água em meio ao calor - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra trabalhador bebendo água em meio ao calor - Metrópoles - Foto: William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — Encarar o calor extremo no caminho entre a casa e o trabalho já é suficiente para tirar a paciência de muita gente. Mas tem que viva na quentura para ganhar o pão e, nesses dias de recorde de temperatura máxima em São Paulo, perto dos 40°C, não há como se esconder. É sem refresco.

O técnico de rede Edson Timóteo da Silva, 28 anos, não tem como se abrigar do sol forte. Ele sobe a escada colada ao poste e estica os cabos para garantir internet nas casas e nos escritórios. “É terrível. Só trabalho à base de muita água e proteção”, diz.

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Termômetro marca 41°C enquanto trabalhadores fazem o serviço em São Paulo
O pedreiro Eduardo de Sousa, 39 anos
Instrumentos meteorológicos da estação da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo
Congestionamento no meio da tarde na Rua Vergueiro, ao lado da estação meteorológica da Vila Mariana, em São Paulo
Instrumentos meteorológicos da estação da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo
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Trabalhador toma água em dia de calor em São Paulo

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Termômetro marca 41°C enquanto trabalhadores fazem o serviço em São Paulo

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O pedreiro Eduardo de Sousa, 39 anos

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Congestionamento no meio da tarde na Rua Vergueiro, ao lado da estação meteorológica da Vila Mariana, em São Paulo

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O pedreiro Paulo Ferreira dos Santos, 42 anos

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O chapeiro Edmílson Valverde, 43 anos

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Avenida 23 de Maio, na zona sul de São Paulo, em tarde nublada

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Como em São Paulo nem um copo d’água costuma ser gratuito, ele tem que se precaver. “Passo um protetor [solar], deixo água gelando para o outro dia, porque para arrumar água por aqui é complicado. Quando consigo, é da torneira, quente. Para comprar uma garrafa de 1,5 litro gasto R$ 6, R$ 7”, afirma.

O pedreiro Eduardo de Sousa, 39, fazia sarjetas, nesta terça-feira (14/11), na zona sul de São Paulo. Muita água e proteção contra os raios do sol também são as estratégias adotadas por ele para vencer o calorão fora do comum neste novembro.

Temperaturas altas não são novidade na vida de Sousa, que veio do Piauí, um dos estados mais quentes do Brasil. O pedreiro, porém, aponta diferenças entre o local onde nasceu e a capital paulista, que escolheu para viver.

“Quando estou por lá, dá para refrescar um pouco, é tudo mais natural, não tem tanto asfalto. Agora, para ter o ganho para sobreviver, é aqui em São Paulo mesmo. Tem que enfrentar o calor e o frio”, diz.

Já Edmilson Valverde, 43, não trabalha ao ar livre como os demais. Isso não significa que esteja livre do calor. Quando a chapa esquenta, literalmente, é ele quem prepara lanches e refeições em um bar no bairro do Paraíso.

Diferentemente de Sousa, que veio do calor do Piauí, o chapeiro Valverde saiu da gelada Curitiba para ganhar a vida em São Paulo.

A chapa vai até 65°C para deixar tudo ao gosto da clientela e potencializa o calor da temperatura ambiente. “É um pouco complicado, mas temos que trabalhar. Tenho que dar o melhor, não tenho para onde correr”, diz. Assim como os demais trabalhadores, ele conta que se hidrata bastante com água, sucos e líquidos em geral.

O pedreiro Paulo Ferreira dos Santos, 42, trabalhava sob os instrumentos da estação meteorológica da Vila Mariana nesta terça — no dia anterior, a temperatura por lá chegou a 39,5°C.

“A gente tem que passar protetor e sair um pouco do sol também. Depois é chegar em casa e descansar, porque amanhã é outro dia”, diz. Santos muda também a alimentação em dias quentes para evitar desarranjos. “É mais salada e bastante água”, afirma.

Viver dias infernais sob calor de quase 40°C está longe de ser exceção na rotina dos trabalhadores. Aos pedreiros, técnicos e braçais em geral soma-se uma multidão de entregadores e ambulantes, entre outros, que ganham a vida nas ruas.

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