Calixcoca: prefeitura vai investir R$ 4 mi em vacina contra drogas
De acordo com a prefeitura, Calixcoca, que trata a dependência em crack e cocaína, pode reduzir impacto das drogas na capital paulista
atualizado
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São Paulo – A Prefeitura de São Paulo firmou, nesta quinta-feira (1º/6), parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para a produção da vacina Calixcoca, capaz de gerar anticorpos anticocaína no organismo.
De acordo com a prefeitura, o imunizante que trata a dependência em crack e cocaína pode reduzir o impacto das drogas na capital paulista, principalmente na área da Cracolândia.
Num primeiro momento, serão liberados R$ 4 milhões para o projeto. “O prefeito Ricardo Nunes determinou apoio irrestrito, tanto técnico como financeiro, para viabilizar e acelerar as próximas fases da vacina, que poderão custar, inicialmente, R$ 4 milhões”, disse o chefe de Gabinete Vitor Sampaio.
A vacina já se mostrou capaz de bloquear o efeito das substâncias ativas das drogas na fase pré-clínica de testes com ratos. A ideia é que os recursos do município de São Paulo possam ampliar sua aplicação para humanos.
Nos testes realizados, os anticorpos produzidos pela Calixcoca criaram, a partir de molécula sintética, uma barreira que impediu que a cocaína fosse levada pelo sangue para o sistema nervoso central e o cérebro, interrompendo o mecanismo que provoca a compulsão pela droga.
Na próxima etapa das pesquisas, com participação da Secretaria de Saúde do município, será avaliada, conforme o progresso dos estudos, a aplicação do imunizante em grupos elegíveis, incluindo os dependentes químicos em fase de recuperação.
A parceria foi anunciada após reunião na sede da prefeitura com o professor e pesquisador da UFMG, Frederico Garcia, responsável pela pesquisa da vacina, e integrantes da gestão Ricardo Nunes (MDB).
Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNOD) indicam que, atualmente, dos cerca de 275 milhões de usuários de crack e cocaína em todo mundo, 36 milhões sofrem de transtornos associados ao uso das substâncias.
Ainda segundo o órgão, as quantidades de cocaína ofertadas em todo planeta atingiram níveis recordes em 2020, com a produção de cerca de 2 mil toneladas.