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Cadeirada em debate é ápice de campanha marcada por agressões em SP

Quinto encontro entre os candidatos à Prefeitura de SP, debate da TV Cultura foi marcado por cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal

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1 de 1 datena_marcal - Foto: Reprodução

São Paulo — A cadeirada que José Luiz Datena (PSDB) deu no adversário Pablo Marçal (PRTB), ao vivo, durante o debate entre candidatos à Prefeitura promovido na noite desse domingo (15/9), pela TV Cultura, foi o ápice de uma escalada de agressividade que marca a campanha na capital paulista desde antes do início do período eleitoral.

O debate de domingo foi o quinto encontro entre os candidatos de São Paulo. Em cada um deles, a maneira como um postulante tratou o outro escalou para níveis cada vez mais beligerantes em comparação às mesas-redondas anteriores.

Nesse domingo, antes do início do debate, as equipes de campanha chegaram a destacar, nas conversas de bastidores com jornalistas, como as regras do encontro da TV Cultura eram restritivas — como o sorteio de adversários para as respostas.

Mas isso não foi suficiente para evitar a série de agressões verbais que vinham marcando os encontros, nem o “pugilato” envolvendo Datena e Marçal, como descreveu o mediador do debate da Cultura, jornalista Leão Serva.

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Percebendo que o candidato do PSDB se direcionava a ele com uma cadeira, Marçal continua a provocação: "Vai"
Datena arremessou cadeira em Marçal no início do quarto bloco. Os dois discutiam após Marçal relembrar acusação de assédio sexual contra o apresentador
O apresentador José Luiz Datena (PSDB) agrediu com uma cadeira o influenciador Pablo Marçal (PRTB)
Mediador do debate da TV Cultura, Leão Serva precisou chamar o intervalo após a agressão
Na sequência, Marçal discute em pé com Datena, que ameaça jogar outra cadeira contra ele. Ricardo Nunes (MDB) e outros homens seguram a cadeira e impedem nova agressão
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Médico alega que Marçal fingiu gravidade do ferimento

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Percebendo que o candidato do PSDB se direcionava a ele com uma cadeira, Marçal continua a provocação: "Vai"

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Datena arremessou cadeira em Marçal no início do quarto bloco. Os dois discutiam após Marçal relembrar acusação de assédio sexual contra o apresentador

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O apresentador José Luiz Datena (PSDB) agrediu com uma cadeira o influenciador Pablo Marçal (PRTB)

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Mediador do debate da TV Cultura, Leão Serva precisou chamar o intervalo após a agressão

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Na sequência, Marçal discute em pé com Datena, que ameaça jogar outra cadeira contra ele. Ricardo Nunes (MDB) e outros homens seguram a cadeira e impedem nova agressão

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O vídeo também mostra os dois trocando ofensas, enquanto seguranças e assessores se movimentam no palco para afastá-los. É possível ouvir o apresentador do debate, Leão Serva, gritando “Chega!”

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Datena chama Marçal de “vagabundo” e diz que sua sogra morreu “depois dessa mentira”

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Marçal chama Datena de “ditador” e continua discutindo com ele

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Escalada de agressividade

O encontro que antecedeu o debate desse domingo ocorreu no dia 1º de setembro e foi promovido pela TV Gazeta e pelo canal MyNews. Na ocasião, Datena já havia descido de seu púlpito para se aproximar de Marçal, ameaçando agredi-lo, mas interrompeu a ação mesmo diante da provocação do adversário, que o chamou para a briga.

Mesmo assim, a falta de respeito entre os candidatos já havia atingido um nível inédito nas eleições da capital. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, referiu-se ao adversário Guilherme Boulos (PSol) como “invasor”, em referência à atuação política do deputado federal no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Boulos, por sua vez, chamou o prefeito de “ladrãozinho de creche”, em alusão à investigação da Polícia Federal que ligava Nunes à Máfia das Creches, desmantelada após investigação.

Marçal chamou o prefeito de “bananinha”, Boulos de “Boules”, por causa do Hino Nacional cantado em linguagem neutra durante um ato de campanha, Datena de “Dapena”, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) de “Chatábata”. Com exceção dela, todos revidaram as ofensas com novas agressões verbais.

Debate vazio

O debate que precedeu o da Gazeta foi promovido pela revista Veja na manhã de 19 de agosto, que acabou esvaziado: Nunes, Boulos e Datena decidiram não comparecer.

Os adversários faltaram ao encontro em resposta ao resultado do debate anterior, ocorrido cinco dias antes e promovido por Estadão, Faap e Terra. As campanhas avaliaram que Marçal não havia seguido as regras, o que levou à exigência de normas mais rígidas nas mesas-redondas posteriores. O encontro havia sido marcado pela apresentação, por Marçal, de uma carteira de trabalho a Boulos, em provocação ao rival. O candidato do PSol chegou a dar tapas no vento em uma tentativa de derrubar o documento.

As candidaturas concordaram em participar do debate da TV Gazeta, que, por exemplo, previa a possibilidade de expulsão de quem não cumprisse as regras. No debate da Veja, Marçal decidiu não responder às perguntas de Tabata e usou seu tempo para abordar outros assuntos.

No primeiro encontro, promovido pela Band, no dia 8 de agosto, os ataques aos adversários, especialmente por parte de Marçal (mas também entre Boulos e Nunes), já haviam atingido níveis acima dos de eleições anteriores. O ex-coach chamou Boulos de “cheirador de cocaína” e prometeu apresentar provas — que nunca foram trazidas — sobre o uso de drogas por parte de seus oponentes.

Tiroteio

A agressividade entre os candidatos não ficou restrita aos debates. Nunes, Boulos, Marçal, Datena e Tabata têm usado parte considerável de seus tempos de TV, rádio e redes sociais para expor temas polêmicos dos rivais, com ataques adjetivados de forma desrespeitosa.

Após a cadeirada de Datena e a retirada dele e de Marçal dos estúdios da TV Cultura, Nunes e Boulos continuaram trocando agressões, protagonizando um debate marcado por pedidos de direito de resposta por causa de ofensas pessoais.

Embora ambos tenham criticado a agressão física de Datena, Nunes referiu-se ao colega político como “bagre ensaboado” e “rapaz”. “Você cheirou? Está louco, rapaz?”, questionou o prefeito após uma pergunta de Boulos que relacionava a Máfia das Creches e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Já Boulos chamou o adversário de “engenheiro de obra pronta” e afirmou que “seu governo é um escândalo, assim como sua moral”.

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