Caça-níquel do PCC: seis viram réus por execuções de pai e filho em SP
Seis integrantes do PCC se tornaram réus por participar das execuções de pai e filho na disputa por pontos de caça-níquel em Piracicaba (SP)
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — A Justiça transformou em réus seis integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) pela execução de um empresário suspeito de participar da exploração de máquinas caça-níqueis na região de Piracicaba, no interior de São Paulo. Todos tiveram a prisão preventiva decretada.
O assassinato do empresário Felipe Roberto Casale, 37 anos, em março deste ano, levou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a deflagrar a “Operação Jogo da Vida” há dois meses.
Na ocasião, foram cumpridos três mandados de prisão temporária e apreendidos quase R$ 500 mil em cheques, R$ 310 mil em dinheiro, armas, munições, cinco máquinas caça-níqueis, celulares e uma série de anotações da facção.
A disputa por pontos de exploração dos jogos de azar já tinha levado ao assassinato do pai do empresário, segundo a investigação do MPSP. Wilson Roberto Casale foi morto aos 56 anos em maio de 2018, em um bar em Piracicaba, com três tiros pelas costas. Os disparos foram efetuados por um homem que foi até o local em uma moto.
O empresário assassinado em março deu continuidade às atividades do pai e, por isso, se tornou alvo da facção criminosa. A denúncia apresentada pelo MPSP identificou mandantes, intermediários e um dos envolvidos diretamente na execução.
“Não é apenas o jogo em si, mas o que se constrói a partir dele com o poderio econômico angariado, seja para a corrupção de agentes públicos ou a execução de crimes de mando, no mesmo modelo de máfias italianas”, diz o promotor Aluisio Antonio Maciel Neto.