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Boulos usa operação contra Bolsonaro para atacar Nunes, que se esquiva

Operação da PF teve reflexos na disputa pela Prefeitura; Nunes se esquivou do assunto, enquanto Boulos explorou caso nas redes sociais

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Montagem com fotos de Governo de SP e Fábio Vieira/Metrópoles
Montagem com fotos de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos
1 de 1 Montagem com fotos de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos - Foto: Montagem com fotos de Governo de SP e Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo — A operação da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira (8/2) contra Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, por tentativa de golpe de estado, virou munição para o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na pré-campanha para a Prefeitura da capital, e fez o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), evitar comentários sobre a ação que teve como alvo seu aliado eleitoral.

Até o meio-dia, Boulos já havia feito quatro publicações em suas redes sociais por causa da operação. Em duas delas, postou fotos de Nunes.

Uma delas ao lado de Bolsonaro e outra que tem o prefeito, o ex-presidente e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto — que também foi alvo da operação e terminou sendo preso em flagrante, em Brasília, porque os policiais encontraram uma arma ilegal em sua posse quando foram cumprir mandados de busca e apreensão em sua residência.

“As denúncias de hoje deixam claro mais uma vez: São Paulo não pode ficar refém do bolsonarismo”, escreveu Boulos, no X (antigo Twitter).

Nunes passou todo o ano passado tentando garantir o apoio do PL à coligação que ele vem costurando para as eleições. Há expectativa entre os aliados do prefeito que ele escolha um nome para vice que seja do agrado do ex-presidente.

Há duas semanas, Valdemar esteve em uma reunião com Nunes em seu gabinete, no quinto andar da Prefeitura, no Viaduto do Chá, no centro, e indicou o coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo, para o posto na chapa do emedebista.

Nunes se esquiva

O prefeito esteve na manhã desta quinta no Itaim Paulista, na zona leste da cidade, para uma série de eventos da Prefeitura. Ele foi perguntado por jornalistas se a operação da PF poderia trazer algum impacto para sua campanha e se poderia influenciar a indicação do vice, mas se esquivou do tema.

“Hoje é dia de Prefeitura Presente aqui no Itaim Paulista”, disse Nunes. “Estou desde cedo aqui e vou ficar até a noite no Prefeitura Presente, e não consegui ver nem meu WhatsApp”, completou. “Então, não tenho algum comentário para fazer de algo que não tenho profundo conhecimento”.

O prefeito disse ainda que tinha outras agendas a cumprir ao longo do dia na zona leste. “Qualquer questão da eleição, vou mostrar isso: que sou o primeiro a chegar, que a gente está entregando, que a Prefeitura está estruturada para atender as demandas da população. Eu não tenho detalhes do que aconteceu nesta operação”.

Mais tarde, o prefeito divulgou uma nota na qual cita seus feitos na Prefeitura e nega qualquer problema relacionado à operação da PF.

“Eu teria algum problema com o dia de hoje caso minha gestão não tivesse zerado a fila da creche, caso eu não tivesse tirado do papel o maior programa de asfalto da história de São Paulo, caso eu não tivesse com o maior plano de habitação popular da cidade em andamento, ou caso eu não tivesse conseguido oferecer o benefício de até R$ 976,99 para os pais comprarem para os filhos material e uniforme escolar nesta volta às aulas”, diz a nota.

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