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Boulos usa apagões para atacar privatização da Sabesp: “Enel da água”

Ministro de Minas e Energia anunciou a abertura de um processo administrativo contra a Enel após problemas de energia em São Paulo

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1 de 1 Imagem colorida mostra o deputado federal Guilherme Boulos (PSol/SP) - Metrópoles - Foto: Nina Quintana/Especial Metrópoles @ninaquintana

São Paulo – O deputado federal Guilherme Boulos (PSol), pré-candidato à Prefeitura da capital paulista, utilizou os apagões recentes na cidade e as críticas à Enel, concessionária de energia elétrica, para exemplificar o porquê de ser contrário à privatização da Sabesp.

Boulos se reuniu com vereadores do PSol e do PT na Câmara Municipal, nesta terça-feira (2/4), para discutir formas de tentar travar o projeto de lei que autoriza a cidade a manter o contrato com a Sabesp após a privatização da empresa de saneamento básico.

Após o encontro, o deputado criticou o apoio do prefeito Ricardo Nunes (MDB) à desestatização da companhia e o alfinetou dizendo que “não adianta” atacar a Enel e ser a favor da privatização de outra estatal. O prefeito tem criticado frequentemente a concessionária de energia elétrica.

“Querem fazer da Sabesp, que é uma empresa bem avaliada pelos consumidores em São Paulo, a ‘Enel da água’. Isso é crítico. Não adianta o prefeito ficar falando que é contra a Enel, não mexer uma palha e defender a privatização da Sabesp, que atua no mesmo modelo”, disse Boulos.

No mês passado, uma comissão especial da Câmara aprovou dois relatórios favoráveis à privatização da Sabesp. Entre o grupo governista, há consenso para aprovar o projeto de lei ainda no primeiro semestre deste ano, antes do início da campanha eleitoral.

Privatização da Sabesp

Boulos e os vereadores anunciaram três medidas que pretendem adotar contra o aval do município à privatização da companhia. São eles:

  • A obstrução das bancadas na tramitação do projeto na Câmara Municipal;
  • Pedidos para que o projeto passe por todas as comissões, e não apenas pela Comissão de Política Urbana;
  • O pedido para a convocação de um plebiscito para consultar a população paulistana sobre a privatização.

“O atual prefeito quer, junto com o governador [Tarcísio de Freitas], fazer com que isso seja aprovado rapidamente, porque tem medo do impacto eleitoral, porque a maioria da população é contra a privatização da Sabesp, não só aqui na capital, como no estado”, disse Boulos.

Líder da bancada petista na Câmara, o vereador Senival Moura também utilizou os problemas recentes com a Enel como exemplo e disse que a privatização da Sabesp “será muito mais grave”.

“Você até passa sem energia, mas sem água você não passa. Nós não passamos sem água”, afirmou.

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