Boulos minimiza rejeição e chama Nunes de “bolsonarista envergonhado”
Pré-candidato a prefeito de SP pelo PSol, deputado Guilherme Boulos destaca parceria com Lula e critica postura do prefeito Ricardo Nunes
atualizado
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São Paulo — Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSol, o deputado federal Guilherme Boulos minimizou, em entrevista ao Metrópoles, seu índice de rejeição nas pesquisas, o maior entre os postulantes na capital, exaltou a “parceria” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e disse que o prefeito Ricardo Nunes (MDB), seu principal adversário, “se comporta como um bolsonarista envergonhado”.
Para Boulos, a polarização da eleição municipal é “inevitável” porque ela “impacta a política nacional” e a rejeição a Nunes tende a crescer “assim que ficar claro para a sociedade que ele é o candidato do Bolsonaro”.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última segunda-feira (11/3), Boulos (30%) e Nunes (29%) estão tecnicamente empatados. O deputado do PSol tem 34% de rejeição, de acordo com o mesmo levantamento, contra 26% do prefeito.
Confrontado com os números, Boulos destaca um outro recorte da pesquisa, segundo a qual 63% dos entrevistados disseram que não votariam em um candidato apoiado por Jair Bolsonaro (PL) na cidade de São Paulo — o ex-presidente fechou apoio à reeleição de Nunes no fim de 2023. No caso de Lula, esse índice é de 42%.
“Eu tenho o apoio do presidente Lula e manifesto isso. Defendo o governo, apoiei o presidente Lula, e tenho feito parcerias para levar benefícios para São Paulo”, disse Boulos, em entrevista ao Metrópoles. “A diferença é que o atual prefeito, embora tenha apoiado Bolsonaro nas últimas eleições, tenha subido no palanque em defesa de golpistas na Avenida Paulista, há três semanas, ele se comporta como um bolsonarista envergonhado”, completou.
Confira aqui a íntegra da entrevista.
Embora esteja praticamente estagnado nas pesquisas desde o ano passado, na faixa dos 30% das intenções de voto, Boulos disse que o desempenho atual é positivo diante de um adversário que, segundo ele, tem usado a máquina pública a seu favor. “Que a gente esteja, agora em março, numericamente à frente do atual prefeito, mesmo com o uso descarado da máquina pública, já com difusão de fake news, que a gente consiga estar à frente, é um feito”, disse.
“Ação politiqueira”
O deputado disse que programas do governo federal não têm sido implementados na cidade de São Paulo “por uma ação politiqueira” da atual gestão municipal e citou como exemplo a “fila” de espera para o Cadastro Único (CadÚnico), exigência para receber benefícios federais, que é gerenciada pela Prefeitura. “Se você tem um prefeito parceiro do governo federal, isso implica melhoria para a população”.
Boulos disse que, como parlamentar, já fez “parcerias” com o governo federal para instalar dois institutos federais nas periferias das zona sul e leste da capital, uma universidade federal na zona leste e um hospital federal na zona sul.
Ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ele também mencionou o programa habitacional Copa do Povo, lançado pelo Minha Casa Minha Vida em parceria com o movimento social em Itaquera, na zona leste.
Ao mesmo tempo em que enfatiza sua aliança com Lula, Boulos reforça a estratégia de campanha de vincular ao máximo o atual prefeito ao bolsonarismo. Segundo o deputado, ele quer se vender como nome de centro, mas “não cola”.
“Isso pode colar agora, quando a campanha não começou. Quando tiver tempo de televisão, quando tiver o debate aceso na campanha, inevitavelmente, essa identificação vai acontecer”, completou.