Boulos faz pré-campanha com ala do PT que foi contra sua candidatura
Guilherme Boulos (PSol) esteve em Guaianazes com Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, que queria candidato próprio nas eleições
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O deputado federal Guilherme Boulos (PSol), pré-candidato à Prefeitura da capital para o ano que vem, fez um ato de pré-campanha nesse sábado (2/12) em Guaianazes, na zona leste, em companhia de parlamentares do PT que haviam se posicionado contrário ao apoio do partido à sua candidatura.
O secretário de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto, e o vereador Senival Moura fazem parte de um campo do diretório municipal do partido que tentou convencer a legenda a lançar um candidato próprio nas eleições, sob risco de a sigla perder tamanho em São Paulo, seu berço político.
Essa ala é tida como “governista” por adversários tanto dentro do PT quanto do PSol. Senival costuma votar com a base de Ricardo Nunes (MDB) em temas importantes, como a aprovação da revisão do Plano Diretor, ocorrida em junho, e o Orçamento anual, aprovado em primeiro turno na semana passada.
Já Jilmar, que foi secretário de Transportes de Marta Suplicy e de Fernando Haddad, quando ambos governaram a cidade, é defensor da política de tarifa zero nos ônibus municipais, bandeira de governo incorporada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). No começo do ano, esteve em uma reunião com Nunes na casa do prefeito que desagradou os aliados.
Nesse sábado, Boulos se comprometeu a incluir a proposta em seu plano de governo (ela já estava no plano da eleição de 2020, quando ele foi para o segundo turno, mas perdeu para Bruno Covas). Tatto fez uma publicação exaltando o assunto em suas redes sociais.
Tattolândia
Jilmar faz parte de um clã com outros quatro irmãos na política (os vereadores Arselino e Jair, o deputado estadual Enio e o deputado federal Nilto), com base eleitoral em Capela do Socorro, zona sul, conhecida como Tattolândia.
Aliados de Boulos e membros do PT da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) dizem, reservadamente, que esperavam um “não empenho” dos Tatto nas eleições.
Jilmar, por sua vez, afirmou a aliados que respeitaria a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de apoiar o aliado do PSol – decisão que veio de uma costura para Boulos apoiar a candidatura de Haddad ao governo paulista, que terminou em derrota – e que faria, sim, campanha para ele.
No mês passado, Boulos vez um ato de pré-campanha na Tattolândia, que contou com a presença de todo o clã, menos de Jilmar. A ida do secretário de Comunicação petista foi uma forma pública de aplacar as suspeitas acerca do comportamento do grupo nas eleições, segundo aliados de Boulos.