Boulos deve ignorar “cidadão daquele tipo”, diz Lula sobre Marçal
Presidente Lula afirmou que Boulos (PSol) não deve “dar importância para um cidadão daquele tipo”, em uma referência a Pablo Marçal (PRTB)
atualizado
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São Paulo — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (15/8), que o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSol) não deve “dar importância para um cidadão daquele tipo”, em referência ao também candidato Pablo Marçal (PRTB).
O influenciador e o psolista protagonizaram o confronto mais tenso do debate promovido por Estadão, Terra e a Universidade Faap, em São Paulo, nessa quarta-feira (14/8), quando Marçal provocou Boulos com uma carteira de trabalho e o deputado respondeu com um tapa no documento.
“Eu acho que o trabalho que o Boulos tem que fazer é não dar importância para um cidadão daquele tipo. Não tem nem que fazer pergunta pra ele, nem responder pergunta. Deixa ele falar o que ele quiser”, disse Lula em entrevista à Rádio T, em Curitiba.
“Os debates estão ficando deteriorados porque deteriorados estão os candidatos”, afirmou Lula. Os que concorrem às eleições municipais de São Paulo, de acordo com o presidente, “não tem dois minutos de argumento para discutir um problema social. Não tem três minutos para discutir um problema econômico”.
“Nós chegamos na era do fim do argumento. Ou seja, as pessoas não dão mais importância para o argumento, as pessoas dão mais importância pra bobagem que se fala, porque isso é a grande maioria do comportamento de uma rede que a gente chama de rede social, mas que de social não tem nada”, apontou Lula.
“É uma rede digital onde predomina mentira, onde predominam as fake news, onde predomina a maldade. O cidadão que não tem coragem de olhar na tua cara e dizer o que ele pensa de você, ele se planta no quarto dele, pega o celular e achincalha a vida da sua família e mente o tempo inteiro”, continuou. “É isso que acontece com esses candidatos, que de repente fazem milagre, um milhão e meio de votos, dois milhões, três milhões.”
Entenda o confronto
O momento mais tenso do debate dessa quarta-feira (14) ocorreu depois de uma rodada de confronto direto entre os dois candidatos à Prefeitura da capital — em que Boulos citou a condenação criminal por furto qualificado que Marçal teve aos 18 anos, por participação em um esquema de golpes cibernéticos, e Marçal rebateu citando as prisões que Boulos teve enquanto militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
No fim da rodada, Marçal sacou do bolso do paletó uma carteira de trabalho, que serviria para “exorcizar” Boulos. Num primeiro momento, Boulos ignorou.
Contudo, ao término do embate, ambos voltaram ao seus lugares no palco, Marçal continuou com a provocação e ambos iniciaram um bate-boca fora dos microfones. Em determinado momento, Boulos deu um tapa na carteira, que estava na mão de Marçal (veja abaixo).
O clima seguiu tenso até que uma das mulheres do cerimonial do evento se aproximou e pediu que ambos se acalmassem. A situação só foi contornada porque Boulos foi novamente chamado ao púlpito (era a vez dele de responder a outra pergunta).
Antes, Boulos havia chamado Marçal de “Padre Kelmon” destas eleições e o influenciador disse que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho, alegando que o candidato “nunca trabalhou na vida”. O deputado respondeu listando seus trabalhos como professor e não como “coach”, ocupação que já foi de Marçal, e ainda ironizou: “Até ser deputado federal, coisa que você tentou e não conseguiu, eu estava dando aulas na PUC”.
O candidato do PRTB afirmou, sem mostrar provas, que Boulos é “o maior aspirador de pó da cidade de São Paulo”, assim como fez no debate da TV Bandeirantes.
“Fico em dúvida se você é só um mau caráter ou se é um psicopata. Você vem aqui inventar coisas para lacrar nas redes sociais, é viciado em mentir, impressionante”, disse Boulos.
Marçal acrescentou que Boulos “apoiou a corrupção do Janones e apoia o Hamas”.