Boulos chama Marçal e Nunes de “falsos profetas” em ato de evangélicos
Guilherme Boulos se reuniu nesta segunda-feira (26/8) com evangélicos de diferentes segmentos em um hotel na Barra Funda, em São Paulo
atualizado
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São Paulo – Candidato à Prefeitura da capital pelo PSol, Guilherme Boulos se reuniu nesta segunda-feira (26/8) com evangélicos de diferentes segmentos em um hotel na Barra Funda, na zona oeste paulistana, e pediu cuidado com “falsos profetas”, em referência aos seus adversários Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB).
“A gente vai enfrentar, como já tem enfrentando, muitas injustiças. Vai vir gente, falsos profetas, não são poucos, vocês sabem de quem estou falando… Vai ter gente inventando as mentiras de sempre. As mesmas pessoas que estão mentindo sobre mim diziam que Lula ia fechar igrejas para colocar pânico no povo cristão. O Lula é presidente há dois anos e ele fechou alguma igreja? Não. Abriu novas”, disse Boulos.
Questionado sobre quem seriam os “falsos profetas” aos quais se referiu no discurso, Boulos disse que se referia aos “bolsonaristas” Nunes e Marçal – embora o prefeito e candidato à reeleição seja apoiado por Jair Bolsonaro (PL), Marçal é quem tem liderado a preferência de votos, nas pesquisas, entre eleitores do ex-presidente.
“Eu me referia aos dois bolsonaristas que são candidatos a prefeito de São Paulo: ao Pablo Marçal e ao Ricardo Nunes. Ambos espalham mentiras, ambos tentam acusar nossa candidatura de coisas que não são reais”, afirmou Boulos.
O psolista também mencionou ter vencido processos judiciais contra o influenciador, que o acusa, sem provas, de ser usuário de cocaína.
Louvor, bíblia e profecias
No início do evento, que reuniu cerca de 200 pessoas, Boulos cantou o louvor “segura na mão de Deus” junto de pastores e fiéis que participaram do ato. O pastor Uilian Corcino, da Assembleia de Deus, declarou que é “preciso quebrar a imagem de que os evangélicos só devem estar associados à extrema direita e ao bolsonarismo”.
Boulos citou um evento relatado no livro de Juízes, da Bíblia, no qual um juiz de Israel, chamado Gideão, venceu um exército de mais de 130 mil soldados com apenas 300 homens. “Vamos precisar que vocês sejam os 300 de Gideão”, disse ele, em um recado aos fiéis que pertencem às grandes congregações cujos líderes são alinhados com candidaturas de direita.
Aos fiéis, o psolista também disse que aprendeu, dentro das ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), do qual foi líder, a “admirar a perseverança do povo evangélico na periferia da nossa cidade”. Durante o seu discurso, ele fez uma convocação aos evangélicos para ajudarem nos trabalhos sociais nas periferias: “A gente precisa de quem está na ponta”, afirmou.
Um dos objetivos do evento, que contou com a ajuda do deputado estadual Paulo Fiorilo (PT) na organização, foi o de estreitar as relações da campanha com congregações menores e em regiões periféricas da cidade, onde há maior aceitação dos fiéis às candidaturas de esquerda. Havia congregados de igrejas como Assembleia de Deus de Madureira, Assembleia de Deus Belém, Unidos em Cristo e Universal, além de denominações menores.
Durante o ato foi entregue uma carta assinada por “evangélicas e evangélicos preocupados com São Paulo” na qual o grupo se diz aberto a “parcerias legalmente possíveis com o governo em prol da justiça social”, respeitando a laicidade do Estado.
Ao fim do evento, o candidato a vereador Danilo Pássaro (PSol), ativista e evangélico, pediu a palavra para interceder por Boulos e profetizar a sua eleição como prefeito de São Paulo.