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Boulos anuncia que dormirá em caravanas para tentar virar votos em SP

Atrás nas pesquisas, Boulos anuncia estratégia de rua na reta final das eleições. Campanha já gastou R$ 7,1 milhões com ações de militância

atualizado

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Leandro Paiva/Campanha Boulos
Guilherme Boulos
1 de 1 Guilherme Boulos - Foto: Leandro Paiva/Campanha Boulos

São Paulo — Em forte desvantagem nas pesquisas de intenção de votos em São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) deve anunciar em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (21/10) que vai passar os próximos seis dias antes do segundo turno da eleição municipal dormindo em uma caravana nas ruas da cidade. A medida faz parte de uma série de ações adotadas pelo deputado com foco na mobilização de rua, estratégia que parece ser a principal aposta da campanha nessa reta final.

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Boulos e Lula em carro durante caminhada na Av. Paulista
O petista cancelou a ultima agenda com o psolista por causa da chuva
Marina Silva, Luiza Erundina, Guilherme Boulos, Lula e Marta Suplicy na Av. Paulista no sábado (5/10)
Marta Suplicy e Guilherme Boulos em carreata na Brasilândia
Erundina, Boulos e Haddad em caminhada em Heliópolis
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Boulos discursa em ato de campanha

Leandro Paiva/Divulgação
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Boulos e Lula em carro durante caminhada na Av. Paulista

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O petista cancelou a ultima agenda com o psolista por causa da chuva

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Marina Silva, Luiza Erundina, Guilherme Boulos, Lula e Marta Suplicy na Av. Paulista no sábado (5/10)

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Marta Suplicy e Guilherme Boulos em carreata na Brasilândia

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Erundina, Boulos e Haddad em caminhada em Heliópolis

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Lula e Boulos durante caminhada na Av. Paulista

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Boulos posa ao lado de mascotes durante agenda de campanha

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Boulos em aula pública de cursinho popular na zona sul

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Candidato à Prefeitura de SP, Guilherme Boulos (PSol) chega ao debate do SBT em 20/9

Lourival Ribeiro/SBT e Rogerio Pallatta/SBT
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Boulos e Marta em ato na Praça da Sé, no centro de SP

Leandro Paiva/Divulgação Boulos
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Juliana Arreguy/Metrópoles

Nas últimas semanas, o candidato tem recorrido até a parlamentares de seu partido para os serviços de panfletagem e “militância de rua” – jargão usado para o método de tentar virar votos por meio da conversa com pessoas que circulam pelas ruas. Assim, agendas de rua rotineiras, como balançar bandeiras no centro da cidade e entregar “santinhos”, já contaram com a participação, por exemplo, das deputadas federais Célia Xakriabá (PSol-MG) e Sâmia Bomfim (PSol-SP).

O recurso é a última cartada de Boulos para tentar reverter o cenário de grande desvantagem apontado pelas pesquisas – mesmo após o episódio do Apagão, Ricardo Nunes pontuou 18 pontos percentuais à frente de Boulos na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (17/10).

A campanha de Boulos já gastou R$ 7,1 milhões com “atividades de militância e mobilização de rua”, o quarto maior gasto da campanha até agora, de acordo com a prestação de contas do candidato no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Comparativamente, Ricardo Nunes (MDB), rival de Boulos, não tem nenhum gasto com a mesma descrição, mas investiu cerca de R$ 930 mil com eventos de promoção da candidatura e publicidade por carros de som.

Origens da militância de rua

Abordar pessoas na rua e entregar panfletos na esperança de tentar convencê-las de um determinado ponto de vista é uma estratégia que data do Iluminismo e remonta a processos revolucionários do século 18. No Brasil, sobretudo após a redemocratização em 1988, essa forma de atuação foi incorporada principalmente pelo campo da esquerda como parte do chamado “trabalho de base”, que consiste em criar núcleos de militância cujo objetivo final é conectar a atuação política à vida das pessoas.

Com a internet e outros meios de comunicação de massa, contudo, esse modelo foi sendo esvaziado. Para a maior parte dos estrategistas de mobilização pública, sobretudo nas cidades grandes, o investimento na militância de rua deu espaço à efetividade do alcance do algoritmo e das redes sociais. Assim, o modelo passou a ficar restrito a alguns grupos específicos, entre eles, aos partidos de esquerda como o PSol e às igrejas neopentecostais.

Agora, o uso dessa estratégia por Boulos na véspera do segundo turno lembra as chamadas “Caravanas da Cidadania”, projeto dos anos 1990 usado por Lula no qual o então candidato percorreu todos os estados brasileiros para conquistar votos na primeira eleição direta do Brasil após o fim da ditadura militar. Lula perdeu o pleito para Fernando Collor de Mello à época, mas o modelo deixou a sua marca e voltou a ser usado, em menor escala, pelo atual presidente da disputa contra Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Estratégia digital

A seis dias das eleições, Boulos enfrenta dificuldades de conquistar os votos de Pablo Marçal (PRTB), que seriam decisivos para uma vitória no segundo turno. Marçal, influenciador digital, utilizou as redes sociais como principal ferramenta para atrair eleitores no primeiro turno. Segundo dados do TSE, ele destinou R$ 2,3 milhões, ou 33% de suas despesas de campanha, ao impulsionamento de conteúdos online.

Apesar de manter uma forte militância nas ruas, Boulos também prioriza o meio digital, sendo o candidato que mais investiu em impulsionamento de postagens, com R$ 8 milhões, ocupando o terceiro lugar entre suas despesas de campanha. O atual prefeito, Ricardo Nunes, segue com um investimento de R$ 5,9 milhões nessa estratégia.

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