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Boulos acusa Nunes de abuso de poder na eleição sem apresentar provas

Candidato à Prefeitura de SP Guilherme Boulos (PSol) afirmou que vai protocolar ação de investigação judicial contra Ricardo Nunes (MDB)

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Guilherme Boulos é um homem moreno de barba e cabelos escuros
1 de 1 Guilherme Boulos é um homem moreno de barba e cabelos escuros - Foto: Valentina Moreira/Metrópoles

São Paulo — A menos de uma semana para o primeiro turno das eleições municipais em São Paulo, o deputado federal e candidato à Prefeitura, Guilherme Boulos (PSol), disse em coletiva de imprensa nesta terça-feira (1º/10) que vai ajuizar uma série de denúncias de abuso de poder político contra o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição.

A campanha de Boulos vai entrar, ainda nesta terça, com uma ação de investigação judicial eleitoral, com o pedido para que a Justiça produza provas das acusações.

Entre as denúncias apresentadas, está a de uso de equipamento público municipal para armazenagem de material de campanha. Um vídeo (assista abaixo) feito no último domingo à noite (29/9) obtido pela campanha do psolista seria a prova de que uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Perus estaria sendo usada para o armazenamento dos chamados “wind banners” de Nunes. As imagens, no entanto, mostram um banner aparentemente abandonado nos fundos do prédio público. Veja:

 

Boulos também afirmou que a campanha de Nunes produziu um formulário para levantar quais servidores da Prefeitura poderiam contribuir nas eleições.

Além disso, trabalhadores de empresas conveniadas da rede de educação municipal estariam sendo convocados para reuniões nas quais haveria o pedido direto de votos para o atual prefeito. O mesmo tipo de reunião seria realizada com funcionários de empresas contratadas da Prefeitura. A campanha do psolista não apresentou provas que confirmem a realização desses encontros.

Uma reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em agosto, revela que a gestão Nunes é investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após relatos de servidores municipais convocados a participar de atos da campanha do candidato à reeleição. Esses servidores estariam recebendo mensagens de texto com questionamento sobre a participação em reunião promovida por partido aliado e pedido de acesso a link de cadastro de apoiadores.

Na mesma coletiva de imprensa, o psolista também afirmou que beneficiários de programas sociais de São Paulo estão sendo abordados com o argumento de que os serviços serão encerrados caso Boulos vença as eleições – o que o candidato classificou como “terrorismo eleitoral”. Também não há provas sobre as abordagens.

Outra acusação é em relação a elaboração de um suposto esquema de contratação de fiscais para o dia das eleições, no próximo domingo (6/10). “Essa denúncia nós vamos apurar melhor nos próximos dias e deve ser objeto de uma ação seguinte, de um esquema de pirâmide que o atual prefeito está montando para contratar um número descomunal de pessoas para supostamente serem ficais no dia da eleição, mas nós sabemos qual é o significado disso, uma tentativa de boca de urna”, disse Boulos.

Ao ser questionado, Boulos disse que apresentou as acusações apenas nesta terça-feira “exatamente por estamos na reta final da campanha, o número de denúncias é avassalador. Eles estão aproveitando essas últimas semanas, quando aumentaram a frequência das reuniões”.

Para advogado da campanha Francisco Almeida Prado, o “potencial para gerar uma consequência grave é bastante alto” com o suposto uso da máquina. Ele argumentou que as denúncias têm “efeito didático e preventivo para evitar que esses abusos continuem. Esse é o nosso principal objetivo”, disse Almeida Prado.

A última pesquisa de intenções de votos na capital, publicada nesta terça-feira (1º/10) pelo Instituto Paraná Pesquisas, mostra Boulos (25%) empatado tecnicamente com Nunes (27%), que está na liderança, e com o influenciador Pablo Marçal (PTB), em terceiro lugar, com 22,5%. Boulos e Nunes tiveram uma leve oscilação negativa em relação ao levantamento anterior, enquanto Marçal cresceu dois pontos percentuais.

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