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Bonde do centro: conheça o projeto que deve ganhar R$ 1,4 bi do PAC

Prefeitura estuda desde o fim do ano passado ressuscitar linhas de bonde no centro de SP e Nunes recebeu sinal que pode ter R$ 1,4 bi do PAC

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Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de camisa azul e calça jeans, dentro de um ônibus. Ele faz sinal de positivo para alguém fora do ônibus - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de camisa azul e calça jeans, dentro de um ônibus. Ele faz sinal de positivo para alguém fora do ônibus - Metrópoles - Foto: Bruno Ribeiro/Metrópoles

São Paulo – A proposta de recriar uma rede de bondes no centro velho de São Paulo, um projeto que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tenta ressuscitar desde o fim do ano passado, ganhou força nesta semana após uma conversa entre o ministro das Cidades, Jader Filho, e o secretário de Governo paulistano, Edson Aparecido.

Durante uma reunião na COP28, o encontro do clima da ONU, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o ministro afirmou que o projeto poderia receber até R$ 1,4 bilhões em financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), via empréstimos do BNDES, segundo nota divulgada pela Prefeitura.

O Bonde São Paulo, como o projeto vem sendo chamado, está na prancheta de técnicos da SPTrans, estatal municipal que cuida dos ônibus. O novo meio de transporte seria um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), versão repaginada dos bondinhos da Light que, durante mais da metade do século passado, foi o principal meio de transporte na região.

A ideia de instalar um VLT ao redor do centro é inspirada em planos de revitalização urbana parecidos, como o que ocorreu na Zona Portuária do Rio de Janeiro e da cidade de Santos, no litoral paulista.

Em São Paulo, porém, o bondinho teria um traçado mais amplo, que circundaria o centro velho e o Parque Pedro II, passando por vias pelas avenidas Ipiranga, São João, Prestes Maia, Senador Queiroz, Mercúrio, Rangel Pestana, a Praça João Mendes, o Viaduto Dona Paulina, a Rua Maria Paula, o Viaduto 9 de Julho e a Rua da Consolação, voltando à Avenida Ipiranga.

Uma segunda linha, menor, circularia ao redor da Cracolândia e do Bom Retiro, conectando o novo modal à Estação da Luz e outras estações de trem e do Metrô. Ao todo, as duas linhas teriam 12 km de extensão.

“Um dos principais destaques do projeto é a articulação de bairros da região central, como Bom Retiro e Brás. Conectados pelo Bonde São Paulo, eles serão integrados mais facilmente a espaços relevantes do ponto de vista econômico e cultural, como o Mercado Municipal, Triângulo Histórico, Rua 25 de Março, Theatro Municipal, Sala São Paulo e Biblioteca Municipal Mário de Andrade”, informa a Prefeitura, em nota.

Em 2017, o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), entidade que representa construtoras, incorporadoras e imobiliárias, encomendou um projeto do tipo ao renomado arquiteto Jaime Lerner, morto em 2021. O projeto chegou a ser apresentado ao então prefeito João Doria (ex-PSDB), mas não prosperou.

Nunes, por sua vez, busca consolidar uma imagem de que trabalhou pela revitalização do centro da cidade, associado a medidas que incluem até doar dinheiro para empresários da construção que restaurem prédios abandonados na região, para chegar competitivo às eleições do ano que vem.

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