Bolsonaro manda “abraço hétero” após Holiday se declarar “negro meio viado”
Ex-presidente Jair Bolsonaro participou da filiação do vereador Fernando Holiday, ex-MBL, ao PL, em evento na Câmara Municipal de SP
atualizado
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São Paulo — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou “um abraço hétero” ao vereador paulistano Fernando Holiday durante o evento de filiação do parlamentar ao PL, ocorrido nesta terça-feira (25/7), na Câmara Municipal de São Paulo.
Momentos antes, Holiday havia dito que a imprensa chamava Bolsonaro de “racista e homofóbico”, mas que o ex-presidente estava filiando um aliado “negro meio viado”. A filiação dele, porém, foi articulada por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e não por Bolsonaro.
“Quem diria, presidente Bolsonaro: a imprensa que sempre disse que o senhor é racista e homofóbico, (mas) está filiando um negro meio viado”, afirmou Holiday (à esquerda na foto em destaque).
A participação de Bolsonaro na filiação de Holiday ao PL foi criticada por bolsonaristas nos bastidores.
Holiday, que foi membro do Movimento Brasil Livre (MBL), já fez pesados ataques ao ex-presidente. Em 2021, por exemplo, chamou Bolsonaro de “jumento” e “corrupto”. No discurso desta terça, ele pediu desculpas ao ex-presidente, mas sem dizer o motivo.
Bolsonaro fez um discurso de quase 40 minutos no evento, que lotou um dos salões da Câmara, com capacidade para cerca de 300 pessoas.
Apoiadores do ex-presidente ficaram do lado de fora da sede do Legislativo paulistano, no centro, e as ruas do Viaduto Jacareí chegaram a ser fechadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Em sua fala, porém, o ex-presidente preferiu dirigir ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de “jumento”, e defendeu um “movimento de rua” para pressionar pela soltura dos presos nos ataques de 8 de janeiro.
O ex-presidente não disse diretamente que aceitava as desculpas, mas afirmou que ele mesmo já havia errado e que o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, também havia errado muito. Valdemar foi condenado no processo do mensalão do PT. No fim, Bolsonaro mandou o “abraço hétero” a Holiday.