Bolsonaro ironiza “visitas” à PF: “Acho que gostam muito de mim”
Em giro pelo interior de SP, ex-presidente Jair Bolsonaro ironizou a sequência de depoimentos que teve de prestar à Polícia Federal (PF)
atualizado
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São Paulo — Em seu giro pelo interior de São Paulo, para participar do lançamento de pré-candidaturas do PL a prefeito, o ex-presidente Jair Bolsonaro ironizou neste sábado (2/3), em Piracicaba, a série de depoimentos que tem sido obrigado a prestar nos inquéritos da Polícia Federal (PF).
Somente nos últimos dias, Bolsonaro teve de depor na investigação por importunação a baleia no litoral paulista, na sede da PF em São Paulo, e no inquérito que o investiga por um suposto plano de golpe de Estado para se manter no poder após a derrota na eleição de 2022. Neste depoimento, em Brasília, o ex-presidente ficou em silêncio.
“A Polícia Federal, eu já tive muitas visitas, acho que gostam muito de mim, e na penúltima vez perguntaram se eu era cis e eu nem sabia o que era isso”, brincou Bolsonaro, durante discurso a apoiadores em Piracicaba.
No mesmo evento, o presidente também fez piada com a pergunta se ele se considera “cis”, feita pela PF no depoimento de Brasília, em 22 de fevereiro. Como mostrou o colunista Igor Gadelha, Bolsonaro respondeu ao delegado da PF que não sabia o que era “cis”.
“Eu sou homem e ninguém tem dúvida disso, né?”, disse Bolsonaro, neste sábado, após confirmar que não sabia o que era o termo cisgênero, usado para definir pessoas que se identificam com o sexo biológico (masculino ou feminino) com o qual nasceu.
O ex-presidente, que está em São Paulo desde o fim de semana passado, quando reuniu milhares de apoiadores em um ato em sua defesa na Avenida Paulista, ainda aproveitou para usar a pergunta da PF para criticar o governo Lula. “Não é justo a política do governo federal voltando à ideologia de gênero”, disse.
A questão sobre identidade de gênero faz parte de um protocolo da PF adotado com base em uma resolução do Ministério dos Direitos Humanos publicada em setembro de 2023.
Posteriormente, Bolsonaro foi informado de que a pergunta fazia parte de um novo procedimento da PF, que passou a incluir os termos “transgênero” e “cisgênero” na lista de dados de pessoas que prestam depoimento à corporação.