Bolsonaristas de SP se distanciam de Salles na eleição para prefeito em 2024
Deputado Ricardo Salles (PL) tem enfrentado resistência dos bolsonaristas de SP, que sinalizam apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes
atualizado
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São Paulo — O elogio público feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em uma agenda no estádio do Corinthians, no último fim de semana, não foi uma mera deferência política.
Assim como o prestígio dado ao emedebista pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no palco de um evento do PL Mulher no início do mês, que foi precedido por um almoço do prefeito paulistano com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também na capital paulista.
Além dos sinais públicos, bolsonaristas de São Paulo já falam nos bastidores que devem apoiar a reeleição de Nunes nas eleições municipais de 2024 em vez do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que tenta viabilizar sua candidatura à Prefeitura da capital como representante do bolsonarismo na cidade.
O distanciamento dos bolsonaristas paulistas em relação ao plano eleitoral de Salles é explícito dentro do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendem, sem meias palavras, que a melhor decisão é embarcar em peso na campanha de Nunes para evitar uma vitória do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na capital.
Salles já enfrenta resistência interna do chamado “PL raiz”, ala ligada ao presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. Integrantes do grupo têm criticado o deputado bolsonarista e defendido o apoio à reeleição do atual prefeito.
Na mais recente pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas, divulgada no início do mês, Boulos aparece na frente da corrida pela Prefeitura de São Paulo em 2024, com 31,5% das intenções de voto, seguido por Ricardo Nunes, com 17,8%. Salles aparece em terceiro, com 10,9%.
O ex-ministro do Meio Ambiente, porém, ultrapassa o atual prefeito quando seu nome é associado ao de Bolsonaro, chegando a 20,4%. Já Boulos sobe para 39,2% quando é dito ao entrevistado que ele tem como padrinho político o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).