Bolsonaristas ampliam pressão para retirar câmeras corporais da PM
Deputados bolsonaristas pressionam governo Tarcísio a retirar câmeras das fardas após morte de PM no Guarujá e operação que já matou 16
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Apesar da promessa de que vai manter as câmeras corporais nas fardas dos policiais militares , o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) continua sob pressão de deputados estaduais bolsonaristas para acabar com o programa, implementado pela gestão João Doria, em 2020, e que ajudou a reduzir a letalidade policial em São Paulo.
O deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), que integra a bancada bolsonarista, protocolou nesta quarta-feira (2/8) um requerimento para que o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, compareça à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para debater a retirada das câmeras dos uniformes dos PMs em meio ao que chamou de “guerra sangrenta”.
Zimbaldi utilizou como justificativa para o pedido a realização da “Operação Escudo” na Baixada Santista, litoral paulista, deflagrada após a morte do soldado da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Patrick Bastos Reis, de 30 anos, na quinta-feira (27/7). Até o momento, a PM informou que 16 pessoas foram mortas na operação e 58 suspeitos foram presos.
“Os policiais têm fé pública, eles dão a vida para a proteção do seu próximo. Porém, com a câmera eles acabam ficando intimidados, proporcionando ao crime organizado ações violentas contra os nossos policiais, sem direto à defesa, muitas vezes sendo pegos em emboscadas, não dando nem tempo desses equipamentos captarem imagens da ação dos bandidos”, disse o deputado no requerimento.
Saiba como funcionam as câmeras corporais da PM, mantidas por Tarcísio
Cobranças
Deputados bolsonaristas também têm pressionado, nos bastidores, para que o governador reveja a questão das câmeras. Durante a campanha eleitoral de 2022, Tarcísio havia dito que retiraria os equipamentos das fardas. No entanto, recuou pouco mais de um mês após ter sido eleito.
Apenas o deputado Gil Diniz (PL) se manifestou abertamente nas redes sociais, nos últimos dias, pedindo a retirada das câmeras. Em nenhuma das mensagens, contudo, fez críticas ou apelos diretos a Tarcísio e a Derrite.
Os parlamentares bolsonaristas têm preservado a imagem de Tarcísio nas redes sociais a pedido do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que insistiu que o grupo tenha paciência com o governador paulista.
Bolsonaro vem pedindo calma aos aliados desde o início do ano, diante de insatisfações com a falta de cargos e demandas não atendidas pelo governo.