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Bola de Neve: testemunhas dizem que ex de pastor culpava espírito ruim

Depoimentos de ex-funcionários da igreja Bola de Neve e de amigos do casal dizem que Denise Seixas se agredia e sofria com mudanças de humor

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Pastor Rina, da Igreja Bola de Neve
1 de 1 Pastor Rina, da Igreja Bola de Neve - Foto: Instagram/Reprodução

São Paulo — Em depoimentos obtidos pelo Metrópoles, ex-funcionários e amigos do casal negam que o líder da igreja evangélica Bola de Neve, Rinaldo Pereira, conhecido como apóstolo Rina, tenha agredido a cantora gospel e ex-mulher Denise Seixas.

Os relatos, feitos à Polícia Civil em 28 de junho, confirmam as discussões entre o casal, mas destacam episódios de mudanças de humor e de auto agressão da cantora. Segundo mais de uma testemunha, ela relatou que um “espírito ruim” a teria empurrado da escada, provocando as lesões que ficaram aparentes no corpo.

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A cantora gospel Denise Seixas
O pastor Rinaldo Luiz de Seixas Pereira é líder e fundador da Igreja Bola de Neve
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A cantora gospel Denise Seixas

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Segundo os depoimentos, Denise Seixas fazia um uso “excessivo” de remédios para dor e antidepressivos, o que teria afetado o seu humor. Em um dos exemplos citados à polícia, um amigo do casal conta que a mulher participava pouco das reuniões familiares e que, após a saída do filho de casa, a tristeza ficou ainda maior.

Outra testemunha disse ter acompanhado Denise em uma internação dela para realizar uma desintoxicação e que a cantora gospel acusou a acompanhante de estar conspirando com o líder da Bola de Neve para interná-la compulsoriamente, informação que, segundo a depoente, não era verdadeira. A internação compulsória era um dos receios da vítima.

Mais de uma testemunha relatou à polícia supostos episódios de auto agressão por parte de Denise. Uma babá da família contou que, em uma das viagens da família, Denise teria se chamado de burra inúmeras vezes e se batido com uma bolsa após ser questionada por Rinaldo sobre os documentos pessoais dos parentes. Uma assistente da igreja disse que também ficou sabendo que a cantora se dava socos.

Ao aparecer com ferimento no rosto, segundo um dos depoimentos, Denise contou a um casal de amigos ter sofrido um apagão e caído no chão, machucando o nariz e o joelho.

Outras duas testemunhas relataram que Denise Seixas contou que um “espírito ruim” a empurrou da escada, fazendo com que ela batesse o rosto em uma bancada de mármore, ficando com a testa e o nariz roxos.

A maioria das testemunhas relata ter presenciado discussões do casal, mas nunca ameaças ou agressões por parte do líder da Bola de Neve contra a ex-mulher.

Uma discussão “mais acalorada” foi detalhada por uma babá que trabalha desde 2018 na casa. Nela, Rinaldo teria chamado a mulher de “viciada em remédio” e “surtada” quando ela se recusava a fazer um tratamento psicológico.

“Acreditamos nas provas”

Procurada pelo Metrópoles, a advogada de Denise Seixas alegou desconhecer o conteúdo dos depoimentos e disse que não acredita que um espírito tenha o poder de derrubar alguém das escadarias.

“Como ex-promotora de Justiça, nunca denunciei um espírito por derrubar uma mulher da escada”, disse a advogada Gabriela Mansur, responsável pela defesa da cantora gospel ao Metrópoles.

A defesa ainda diz que acredita nas provas e que confia na Justiça para mulheres vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade. Sobre os outros episódios relatados nos depoimentos, a advogada preferiu não comentar pelo fato do processo tramitar em segredo de Justiça.

Procurado por meio de sua assessoria, o apóstolo Rinaldo Pereira não quis se manifestar.

Medida protetiva

Denise Seixas acusou Rinaldo Pereira de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação. A mulher relatou diversos tipos de agressão por parte do apóstolo Rina, como socos no rosto, cadeira jogada na direção dela e ameaças para ter relações sexuais com o pastor.

Na ocasião, a Justiça decidiu por conceder uma medida protetiva à vítima. Em nota à imprensa, Rinaldo Pereira negou “qualquer prática violenta” e disse confiar na apuração “isenta e técnica” de todos os fatos pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

“Eu não estou com problemas psiquiátricos”

Em um vídeo publicado em uma nova conta no Instagram na última terça-feira (25/6), Denise falou pela primeira vez a respeito do caso.

No vídeo, Denise nega que esteja passando por problemas psicológicos e diz que tem passado por um tempo importante e necessário ao se referir à própria ausência das redes.

“Eu não estou com problemas psiquiátricos. Não estou com nenhum problema psicológico, pelo contrário”.

Entre agradecimentos ao apoio dos fãs e demonstrações de fé, a cantora alertou seu público para “coisas que chegam até os ouvidos”. Dizendo que existem coisas sendo veiculadas que são mentiras, meias verdades e verdades.

Enteado vítima

Rinaldo Pereira também foi alvo de denúncias do enteado que relata ser vítima de agressões e abusos.

O enteado relata episódios em que sofria agressões enquanto jogava videogame, além de ameaças baseadas em número de faltas que a vítima, ainda menino, fazia no jogo.

Além das agressões físicas, Nathan Gouvêa, hoje com 30 anos, relata que durante a infância, Rinaldo o deixou pelado na sacada após vê-lo dançar a música “Olha a Onda” com um amigo.

Nathan também diz que começou a perceber sinais de agressões na mãe quando tinha 12 anos. Além disso, revelou um receio de que Denise seria internada:

“Pra gente, era muito claro que ele ia interná-la. Foi por isso que publiquei um vídeo de uma discussão entre eles, para provar que a situação estava muito ruim. Lá no vídeo, ele fala que ela está louca, que ele não queria mais ficar com ela”, afirmou Nathan.

A defesa do líder religioso também negou e disse acreditar nas investigações.

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