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Bola de Neve: enteado de religioso revela ter sido vítima de abuso

Rinaldo Pereira, líder da igreja evangélica Bola de Neve, teria agredido e abusado psicologicamente do enteado durante a infância dele

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Reprodução/ Redes Sociais
Imagem colorida de montagem com a foto de dois homens. Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de montagem com a foto de dois homens. Metrópoles - Foto: Reprodução/ Redes Sociais

São Paulo — Nathan Gouvêa, de 30 anos, enteado de Rinaldo Pereira, conhecido como Apóstolo Rina, líder da Igreja evangélica Bola de Neve, revelou, em entrevista, também ser vítima de agressões por parte do líder religioso.

Nathan disse ao portal UOL que via Rinaldo como um pai. Ainda assim, contou ter sido alvo de agressões físicas e abusos psicológicos na infância.

Em seu relato, Nathan conta um episódio em que foi vítima de chutes na cabeça por colocar um CD úmido em seu videogame: “Para cada vez que eu tentava fazer o jogo funcionar e não dava certo, ele me dava um chute na cabeça”. Em outros episódios em que os dois jogavam videogame juntos, o enteado também relatou ameaças sofridas por cometer muitas faltas no jogo.

Na época, Nathan tinha 8 anos e acreditava que as ações do padrasto eram “normais”.

Além das agressões físicas, a vítima relatou que na infância Rinaldo o fez ficar pelado, junto com um amigo, na sacada da casa onde moravam, após ver as crianças dançando a música “Olha a Onda”.

“Ele ficou extremamente irritado, me bateu e deixou eu e meu amigo pelados numa sacada. Dava para todo mundo ver. Ficamos assim por horas.”

Mãe tratada como “escrava”

De acordo com a entrevista, a mãe, a cantora gospel Denise Seixas, via as agressões, mas era vítima do “mesmo abuso”: “Ele sempre a tratou como escrava e ela não se posicionava”, afirmou ao portal.

Nathan ainda contou que a mãe usava texto bíblicos para se referir ao Apóstolo Rina: “Tem um texto que fala que Deus vai inclinar o coração do rei”, diz, sobre o fato de o líder religioso ser tratado como um rei dentro de casa.

Vítimas de agressões

Ao portal, Nathan revelou que até completar 12 anos não se lembrava das agressões sofridas pela mãe. A partir dessa idade, começou a perceber marcas roxas estranhas no braço da mãe.

Em 2022, a mulher falou pela primeira vez sobre o fato de ser agredida pelo marido. Um ano depois, Denise Seixas disse ao filho que queria pedir separação.

Segundo Nathan, ela também contou sobre os planos para outras pessoas da igreja e a história chegou a Rinaldo. A partir desse momento, o líder religioso começou a espalhar para o seu círculo mais próximo que Denise não estava bem psicologicamente e que pensava em interná-la.

“Pra gente, era muito claro que ele ia interná-la. Foi por isso que publiquei um vídeo de uma discussão entre eles, para provar que a situação estava muito ruim. Lá no vídeo, ele fala que ela está louca, que ele não queria mais ficar com ela”, afirmou Nathan.

Após a repercussão do vídeo, a cantora fez um vídeo esclarecendo que está bem. Recentemente, a Justiça concedeu uma medida protetiva para Denise contra o ex-marido.

Em nota, a defesa do apóstolo Rina negou “categoricamente as falsas afirmações”. Além disso, a equipe acredita que todas as denúncias se mostrarão “infundadas” após as investigações do Ministério Público e da Justiça.

Medida protetiva

Rinaldo Pereira já foi acusado de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação feitas por Denise Seixas.

A mulher relatou diversos tipos de agressão por parte do Apóstolo Rina, como socos no rosto, cadeira jogada na direção dela e ameaças para ter relações sexuais com o pastor.

Na ocasião, a Justiça concedeu uma medida protetiva à vítima.

Em nota à imprensa, Rinaldo Pereira negou “qualquer prática violenta” e disse confiar na apuração “isenta e técnica” de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público.

Importunação sexual

Uma ex-funcionária também denunciou Rinaldo Pereira por importunação sexual. O crime teria acontecido em 2017, enquanto a mulher trabalhava na casa do líder religioso.

Segundo boletim de ocorrência, o Apóstolo Rina pedia ajuda para realizar alongamentos e massagens. Em algumas dessas situações, também chegava a massagear a vítima e, segundo testemunho, aproximava as mãos de seus seios.

Ainda de acordo com o depoimento da mulher, Rinaldo Pereira foi se aproximando cada vez mais ao longo dos anos até que, em 2017, a puxou pelos braços de frente. Constrangida, a mulher se desvencilhou do homem e gritou: “Me solta seu animal”. Ela deixou a casa com marcas da agressão nos braços.

O líder religioso tentou se reaproximar da vítima alegando um “mal entendido”. A ex-funcionária revelou ter se isolado e ficou muito confusa e depressiva após o ocorrido. Ela faz acompanhamento psicológico até hoje e até foi orientada pela profissional que a acompanha a fazer a denúncia.

Em nota, a defesa afirma que “o apóstolo Rinaldo Seixas nega categoricamente as falsas afirmações apontadas pelo enteado e tem confiança de que todas as denúncias se mostrarão infundadas após as investigações e apreciação pelo Ministério Público e Poder Judiciário”.

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